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Supertaça: Palatsi sente representante da II Liga a desfrutar da festa

O Beira-Mar, então recém-despromovido à II Liga, abordou como “uma festa” a Supertaça Cândido de Oliveira de 1999, nota o ex-futebolista Jerôme Palatsi, prevendo cenário idêntico no sábado entre o ‘secundário’ Tondela e o FC Porto.

Supertaça: Palatsi sente representante da II Liga a desfrutar da festa

“À partida, sabíamos que tínhamos poucas possibilidades de vencer. Além disso, naquela altura, havia jogo de ida e volta e o segundo era nas Antas. Era muito difícil criarmos uma surpresa neste formato. Tudo pode acontecer num jogo de futebol, mas em dois é mais complicado. Encarámos a Supertaça como uma festa e a cereja em cima do bolo, porque não era o mais importante para nós. Tínhamos descido, havia uma época pela frente e importava-nos a subida à I Liga”, contou à agência Lusa o antigo guarda-redes francês.

O FC Porto, campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal em 2021/22, e o recém-despromovido Tondela, finalista vencido da prova ‘rainha’, defrontam-se no sábado, às 20:45, no Estádio Municipal de Aveiro, na 44.ª edição da Supertaça Cândido de Oliveira.

“É evidente que o FC Porto é claramente favorito. É o campeão nacional. É verdade que perdeu muitos jogadores influentes, mas o FC Porto é o FC Porto. O Tondela desceu de divisão e também perdeu bastantes atletas. Para a surpresa acontecer, terá de haver um jogo extraordinário da parte do Tondela ou um dia menos bom do FC Porto”, conjeturou.

Jerôme Palatsi, de 52 anos, adverte que os beirões “podem pagar caro e o resultado ser volumoso” se quiserem “ir para cima do adversário e jogar de igual para igual”, devendo “ter noção” do desnível qualitativo em relação ao recordista de troféus da prova, com 22.

“Vão ter de fazer um jogo inteligente, defender bem e, principalmente, não sofrer golos, porque é sempre muito complicado dar a volta contra uma equipa destas. Têm de jogar desta forma para o FC Porto se enervar, terem chances em contra-ataque ou, até quem sabe, poderem ganhar nos penáltis. O jogo do Tondela vai ser resumido a isto”, avaliou.

A estreia dos ‘auriverdes’ na terceira competição mais importante do futebol nacional tem similitudes com a única presença do Beira-Mar, num ano em que juntou a ‘queda’ na II Liga a uma inédita conquista da Taça de Portugal (1-0 na final ante o Campomaiorense, com um golo de Ricardo Sousa).

“Tentámos fazer a surpresa. Jogámos o que sabíamos, que passava por tentar defender contra uma equipa fortíssima, e até correu bem. Estávamos a ganhar no primeiro jogo, mas vimos cartões vermelhos [Gila e Konadu] nas duas partidas. Isso desequilibrou”, detalhou Jerôme Palatsi sobre a única Supertaça da história entre clubes da I e II Ligas.

Em 07 de agosto de 1999, no extinto Estádio Mário Duarte, em Aveiro, o FC Porto reagiu com golos de Domingos Paciência e Esquerdinha ao tento inaugural de Fary (1-2), oito dias antes de voltar a derrotar os ‘aurinegros’ por 3-1, desta vez nas Antas, onde Mário Jardel ‘bisou’ e Lobão marcou na própria baliza, contra um penálti convertido por Óscar.

“O FC Porto não ganhou por causa das expulsões dos nossos jogadores, mas porque foi superior e merecia. Quando jogamos contra um adversário mais forte, 11 contra 11 já é difícil e 10 contra 11 torna-se ainda mais. Chegou a uma altura em que não conseguimos mais e o FC Porto fez a diferença pela qualidade natural dos seus jogadores”, ressalvou.

Com duas passagens na baliza do Beira-Mar (1996/2001 e 2008/2009), Jerôme Palatsi admite que a derrota na Supertaça de 1999 para o pentacampeão nacional vigente “não foi nada difícil de gerir”, ao contrário da descida à II Liga, ‘selada’ na 34.ª e última ronda, duas semanas antes de a equipa de António Sousa participar na final da prova ‘rainha’.

“Tínhamos descido de divisão e conquistado a Taça de Portugal no mesmo ano e todos pensavam que era mau, já que o clube queria ficar na I Liga. Olhando à história do Beira-Mar, ter vencido a Taça de Portugal foi fantástico. Não sei quantos anos terá de esperar para ir outra vez ao Jamor. Agora, a Supertaça foi encarada como algo mais na nossa temporada de 1999/00, até porque nada tínhamos a perder nesses encontros”, reiterou.

Os aveirenses “acabaram em festa” com o rápido regresso à elite, ao serem segundos colocados da II Liga, com os mesmos 65 pontos do campeão Paços de Ferreira, numa campanha marcada pela estreia nas provas continentais, que terminou com a eliminação na primeira ronda da então designada Taça UEFA, frente aos neerlandeses do Vitesse.

“A força do grupo guiou o Beira-Mar nesses anos. Não sei se tínhamos grande equipa, mas havia um grupo de amigos e a maioria jogou junta vários anos. Isso faz a diferença num clube pequeno e foi importante neste sucesso”, concluiu o detentor de três subidas com os ‘aurinegros’, a última como campeão da II Liga (1997/98, 1999/00 e 2009/10).

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