Crónica: Boavista recoloca garras de fora perante pior arranque do Paços

No Estádio do Bessa, no Porto, o internacional eslovaco ditou diferenças aos 58 minutos, estreando-se a marcar à terceira partida pelos ‘axadrezados’, que tinham somado duas derrotas e zero golos marcados nas rondas anteriores, depois de outros tantos triunfos.

O Boavista ascendeu à quinta posição, com nove pontos, enquanto o Paços de Ferreira terminou as primeiras cinco jornadas sem pontos pela primeira vez em 24 presenças na prova, e é 17.º e penúltimo colocado, em igualdade com o lanterna-vermelha Marítimo.

Depois de ter improvisado um ataque móvel no ‘onze’ da derrota frente ao Benfica (0-3), Petit resgatou a ‘fórmula’ tradicional do ‘3-4-3’, com os extremos Bruno Lourenço e Kenji Gorré a alinharem atrás do ponta de lança Róbert Bozeník, substituto de Salvador Agra.

O reforço eslovaco ameaçou ao oitavo minuto, desviando à malha lateral um centro de Rodrigo Abascal, num início incisivo do Boavista contrariado pelo Paços de Ferreira, aos 13, quando Matchoi Djaló utilizou a mão para assistir a conclusão certeira de N’Dri Koffi.

Ainda sem referências como Jordi, Luiz Carlos ou Nicolás Gaitán, todos por lesão, César Peixoto mudou quatro titulares face ao desaire na Luz (2-3), num embate em atraso da terceira ronda, estreando Igor Vekić, que já tinha evoluído pelos ‘castores’ em 2021/22.

O guarda-redes pacense contribuiu para o ‘nulo’ observado ao intervalo, ao negar duas investidas de Gorré, num remate frontal, aos 19 minutos, e num ‘tiro’ pela esquerda, aos 35, enquanto, do lado oposto, César dominou mal um atraso de Reggie Cannon e quase deixou entrar a bola na sua baliza, aos 24, tendo Nigel Thomas atirado ao lado, aos 31.

O desafio reatou com Bruno Lourenço a desmarcar de calcanhar Bozeník, que chutou a centímetros do poste da baliza do Paços de Ferreira, aos 47, quatro minutos antes de Thomas, descaído sob a direita, fazer o esférico sobrevoar César a partir da linha lateral.

A equipa de César Peixoto ainda festejou esse tento durante algum tempo, mas o árbitro Cláudio Pereira foi ao videoárbitro (VAR) detetar no início do contra-ataque uma falta de Rui Pires sobre Róbert Bozeník, que voltou a estar no centro das atenções logo a seguir.

Aos 58 minutos, em nova transição veloz, Kenji Gorré percorreu quase meio-campo sem oposição até isolar à entrada da área o sucessor de Petar Musa, que ganhou espaço na esquerda para ‘fuzilar’ a baliza de Igor Vekić e concretizar o primeiro golo pelo Boavista.

Os ‘castores’, que já tinham abdicado do quinteto defensivo para se reorganizarem em ‘4-2-3-1’ no regresso dos balneários, trouxeram opções atacantes do banco de suplentes e estrearam o reforço Bastien Toma, mas jamais desequilibrariam a coesão ‘axadrezada’.

Um livre ao lado de Matchoi, aos 66 minutos, traduziu a impotência do Paços de Ferreira, numa fase em que a partida tinha caído de qualidade, com Petit a recorrer pela primeira vez a Robson Reis e Ibrahima Camará para impedir qualquer imprevisto de última hora.