Crónica: Exibição desastrada de Adán liquida em 11 minutos aspirações do Sporting

Por paradoxal que pareça, o jogo não podia ter começado melhor para o Sporting, que marcou aos 50 segundos, numa bela jogada coletiva, iniciada em St. Juste, continuada por Edwards, ao primeiro toque, para Trincão receber a bola junto à linha, fletir para dentro e rematar fora do alcance do guarda-redes do Marselha, perante uma defesa francesa muito apática.

É verdade que a defesa ‘leonina’, logo aos cinco minutos, deu sinal da sua permeabilidade, batida por uma simples tabela, com Adán a evitar o empate aos pés de Harit, mas a equipa francesa não estava a conseguir encaixar na do Sporting de modo a anular as transições ofensivas através de Pedro Gonçalves, Trincão e Edwards, com este a assumir um papel importante, a jogar de costas para a baliza, nas ligações.

Foi assim que o extremo inglês ofereceu o 2-0 a ‘Pote’ aos 10 minutos, colocando-o na cara do guarda-redes espanhol Pau López, que deu o corpo à bola, beneficiando do facto de o avançado ‘leonino’ estar enquadrado para a baliza com o pé esquerdo.

Estavam as coisas neste pé, quando Adán deu início, aos 13 minutos, ao seu festival de erros capitais que deitaram tudo a perder, num lance em que Gonçalo Inácio lhe atrasa a bola e ele chuta contra o corpo de Aléxis Sánchez, ressaltando a bola para o fundo das redes.

Não foi o primeiro guarda-redes nem será o último a quem isto aconteceu, mas o problema foi que o erro teve um impacto tão assinalável em Adán, jogador experiente, com 35 anos, que o levou a cometer outros erros comprometedores.

O seguinte aconteceu três minutos depois, aos 16, ao repor a bola em jogo diretamente para os pés de Guendouzi, que serviu Clauss, cujo cruzamento apanhou Harit sozinho na área para ‘assinar’ o segundo golo dos marselheses, de cabeça.

Para se ser justo, é preciso dizer que o erro original de Adán neste lance tem de ser compartilhado com a equipa, visto que a bola foi endossada a um segundo jogador, que a cruzou para um terceiro, apanhando a defesa mal posicionada na área.

A ‘cereja em cima do bolo’ de erros de Adán aconteceu aos 24 minutos, num lance em que Esgaio disputa a bola por alto com um adversário, na sequência de um lançamento longo para a área do Sporting, em que o guarda-redes espanhol saiu da baliza de forma extemporânea, quando se lhe pedia contenção, acabando por tocar com a mão na bola, originando um livre perigoso e a sua expulsão do jogo.

A equipa ‘leonina’ acusou notoriamente o golpe e, antes que pudesse respirar fundo e recuperar o fôlego, já estava a sofrer o terceiro golo, aos 28 minutos, na sequência de outro erro básico, na marcação de um pontapé de canto, com o central argentino Leonardo Balerdi, à entrada da pequena área, a ‘fuzilar’ sem oposição a baliza já defendida por Franco Israel.

O primeiro a falhar foi o guarda-redes recém-entrado, que tem a atenuante de ter entrado a frio e de ter feito os seus primeiros minutos num jogo oficial esta época, ao sair atrasado ao cruzamento; o segundo tem de ser assacado a quem devia estar encarregue da marcação a Balerdi, que ‘atacou’ a zona à entrada da pequena área completamente livre de marcação, subindo ao ‘quinto andar’ com Matheus Reis no ‘rés-do-chão’.

O jogo ficou resolvido ainda antes de se atingir a meia-hora, e nem a reação que o Sporting esboçou no início da segunda parte, que não duraria mais de 10 minutos serviu para impedir que o Marselha, a jogar tranquilo, a passo, chegasse ao 4-1, aos 84, por Chancel Mbemba, ex-jogador do FC Porto.

A formação comandada por Igor Tudor ainda poderia ter feito o 5-1 com o jogo quase a terminar, numa perda de bola de Esgaio que Aléxis Sánchez desperdiçou de forma incrível, depois de driblar o guarda-redes Franco Israel.