LC: Benfica na Bélgica para tentar começar a 'desenhar' os 'quartos'

Independentemente do ângulo da análise, da história mais ou menos recente ao presente do indicativo, os ‘encarnados’ surgem claramente por cima e parecem ‘obrigados’ a seguir em frente, depois da ‘felicidade’ que tiveram no sorteio.

Bicampeão europeu nas longínquas épocas de 1960/61 e 1961/62, o conjunto ‘encarnado’ propõe-se somar o quinto sucesso nos ‘oitavos’, fase da prova que ultrapassou em 2005/06, 2011/12, 2015/16 e 2021/22, perante Liverpool, duas com Zenit e face ao Ajax, e na qual só caiu em 2016/17, com o Borussia Dortmund.

Por seu lado, o Club Brugge, que perdeu para o Liverpool as duas finais europeias que disputou (Taça UEFA de 1975/76 e Taça dos Campeões de 1977/78), está pela primeira vez na fase a eliminar, depois de nove quedas consecutivas na fase de grupos.

Desta vez, os campeões belgas conseguiram seguir em frente, graças a três vitórias a abrir, a que se seguiram dois empates e uma derrota, num percurso que foi o ’80’ (goleada no reduto do FC Porto por 4-0) ao ‘8’ (0-4 na receção aos mesmos ‘dragões’).

Por seu lado, o Benfica começou em ‘grande’ e nunca baixou o nível, conseguindo, provavelmente, a mais conseguida das suas 17 presenças na fase de grupos, ao superar, ainda que ‘in-extremis’ (com um golo aos 90+2 minutos do derradeiro jogo, para vencer pelos tentos fora), o Paris-Saint Germain e eliminar a Juventus.

Os ‘encarnados’ empataram os dois jogos com os ‘todos poderosos’ parisienses, de Messi, Mbappé e Neymar, e ganharam por duas vezes à ‘velha senhora’ - sendo, que, em três dos jogos (exceção para a receção ao italianos) começaram a perder -, cumprindo face aos israelitas (2-0 em casa e 6-1 fora).

Do fecho da fase de grupos, em 01 e 02 de novembro de 2022, já passaram mais de três meses, incluindo um Mundial, que será o principal culpado de o Benfica se apresentar agora desfalcado do médio Enzo Fernández, campeão no Qatar pela Argentina.

O treinador alemão Roger Schmidt não tem o melhor jogador jovem do Mundial2022, mas viu regressar, por empréstimo, Gonçalo Guedes, que tem demonstrado ser uma mais-valia.

Pelo contrário, o Club Brugge passou ao ‘lado’ da competição, no que respeita a mudanças no plantel, mas, em termos de resultados, caiu abruptamente, somando uma escassa vitória em nove jogos, mais seis empates e duas derrotas.

Quanto ao Benfica, sofreu a única derrota da época no primeiro jogo na I Liga após o Mundial (0-3 em Braga), mas já se reencontrou e lidera o campeonato luso com mais cinco pontos do que o FC Porto, em contraponto com o quarto posto do Brugge na Bélgica.

Na antecâmara do regresso à ‘Champions’, o Benfica voltou a ‘cair’ em Braga, mas nos penáltis (4-5, após 1-1 nos 120 minutos), e num jogo em que atuou reduzido a 10 desde os 31: antes, dominou e estava a vencer por 1-0 - se o VAR não se tivesse ‘esquecido’ de assinalar um penálti, até poderia ter chegado ao segundo.

Gonçalo Ramos, que atuou na segunda parte, e Rafa, lançado no prolongamento a substituir o ponta de lança, não foram titulares na ‘pedreira’, mas poderão voltar à equipa titular na Bélgica – estiveram no ‘onze’ nos 10 jogos do Benfica na ‘Champions’, como Vlachodimos, Otamendi, Grimaldo, Florentino e João Mário.

Por seu lado, o Club Brugge empatou – pela quinta vez nos últimos seis jogos – na receção ao Saint-Gilloise (1-1) e segue no quarto lugar da Liga belga, a 20 pontos do líder Genk, logo sem quaisquer hipóteses de revalidar o cetro.

A formação comandada pelo inglês Scott Parker, que conta com os experientes Mignolet, na baliza, Mechele, na defesa, e Vanaken, no meio-campo, apresentou no ‘onze’ de sexta-feira o ex-benfiquista Yaremchuk, que só conta dois golos em 2022/23.

O primeiro encontro de sempre entre Benfica e Club Brugge, a contar para a primeira mão dos oitavos de final da edição 2022/23 da Liga dos Campeões em futebol, realiza-se na quarta-feira, pelas 21:00 locais (20:00 em Lisboa), no Estádio Jan Breydel, em Bruges, na Bélgica.