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I Liga: Rui Mota elogia rápida adaptação de Roger Schmidt à I Liga

Roger Schmidt, que levou o Benfica ao título de campeão nacional três épocas depois, teve uma “boa adaptação” ao contexto do futebol português, avalia Rui Mota, ex-adjunto do treinador alemão ao leme dos chineses do Beijing Guoan.

I Liga: Rui Mota elogia rápida adaptação de Roger Schmidt à I Liga

“Vimos um Benfica muito equilibrado, que dificilmente foi consentindo ataques ou golos e conseguia jogar de acordo com os diferentes momentos. Quando era preciso abrandar o jogo, segurava um pouquinho mais a bola. Quando era preciso acelerar, também o fazia. É uma equipa mais completa nesse sentido”, admitiu à agência Lusa o técnico português, que venceu a Taça da China em 2018, único ano em que trabalhou com Roger Schmidt.

Nove anos depois de ter comemorado uma ‘dobradinha’ pelos austríacos do Salzburgo, o germânico foi o 15.º treinador estrangeiro a triunfar na I Liga portuguesa com as ‘águias’, volvidos 18 anos sobre o êxito arrebatado pelo italiano Giovanni Trapattoni, em 2004/05.

Quanto às 89 edições do escalão principal, Roger Schmidt entrou no lote de 29 técnicos não portugueses que já conquistaram uma edição, 17 anos depois de o neerlandês Co Adriaanse também ter sido campeão na sua época de estreia no FC Porto, em 2005/06.

“Em anos anteriores, as equipas dele desequilibravam-se muitas vezes de uma maneira propositada para que ficassem balanceadas no ataque e pudessem marcar mais golos, mesmo que, depois, sofressem alguns. Isso aconteceu em muitos momentos com o PSV Eindhoven, sendo que o estilo de futebol praticado nos Países Baixos também passa por pensar menos na defesa e ter como prioridade o ataque. A escola portuguesa é diferente nesse sentido, já que os treinadores procuram muito os equilíbrios”, comparou Rui Mota.

O Benfica selou o 38.º cetro da sua história com 87 pontos, dois acima do ‘vice’ e então detentor do troféu FC Porto, numa época em que alcançou pela segunda vez seguida os quartos de final da Liga dos Campeões, tendo cedido apenas ante o finalista Inter Milão.

“É a equipa que merece ter conquistado este título, visto que foi a mais regular e estável durante toda a época e, de certa forma, conseguiu mostrar um futebol mais atrativo. Ao nível da ‘Champions’, evoluiu de uma forma muito meritória, dando sempre uma imagem de força, muito positiva e competitiva perante adversários fortes”, elogiou, face aos dois empates com o Paris Saint-Germain e à dupla vitória ante a Juventus na fase de grupos.

Sobre as saídas nos ‘quartos’ da Taça de Portugal (4-5 no desempate por penáltis com o Sporting de Braga, após 1-1 nos 120 minutos) e no Grupo C da Taça da Liga, que incluía três clubes da II Liga e foi vencido pelo Moreirense, recém-coroado campeão do escalão, Rui Mota, de 42 anos, julga que “este plantel era algo curto para estar nas frentes todas”.

“Daquilo que conheço do Roger Schmidt, a posição do Rafa [nas costas do avançado] é chave nas suas equipas, porque dá aquilo que ele gosta, que é a velocidade. É um lugar muito relevante, tanto em organização ofensiva, como nas transições. Essa verticalidade que é dada muitas vezes ao futebol do Benfica passa, sobretudo, por aquela posição no corredor central, cujo perfil tem, de preferência, um jogador que seja rápido e use como arma principal a condução de bola”, sinalizou o ex-adjunto da seleção feminina chinesa.

O treinador natural de Kierspe chegou ao Benfica no ano passado, sucedendo a Nélson Veríssimo - que tinha substituído Jorge Jesus em dezembro de 2021 -, após ter vencido uma Taça dos Países Baixos e uma Supertaça na segunda época pelo PSV Eindhoven.

“Foi a confirmação daquilo que eu esperava. É um técnico que está habituado a ganhar, mostra resultados e, depois, enquadra-se bastante bem com os jovens atletas. O Benfica procurava precisamente isso e fomos constatando ao longo da época esse futebol mais ofensivo, que procura o ataque e o golo, com resultados positivos a acompanhar”, notou, exemplificando com as apostas no defesa central António Silva e no médio João Neves, ambos formados no Seixal, essa “filosofia de olhar ao rendimento, seja qual for a idade”.

Ressalvando que “a escola germânica pode diferenciar na sua abordagem à preparação física”, apesar de “apresentar as linhas orientadoras” das equipas técnicas portuguesas, Rui Mota exalta a “serenidade, coerência e estabilidade no discurso” de Roger Schmidt.

“A postura dos alemães é um bocadinho mais fria, mas muito focada nas ideias e naquilo que importa. Às vezes, são menos emocionais do que os treinadores portugueses. Essa postura dele parece-me ter sido muito boa. É lógico que pode existir uma ou outra altura, sobretudo quando o resultado não surge, em que critica, mas parece-me ser alguém que acrescenta positivamente e tenta falar do futebol em vez dos casos do futebol”, concluiu.

Com passagens por oito clubes, de cinco países diferentes, ao longo de 18 temporadas, Roger Schmidt tornou-se o 27.º treinador estrangeiro da história do Benfica, que já não tinha um português no comando desde a saída do espanhol Quique Flores, em 2008/09.

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