"O que mais me choca é a forma cavaqueira com que se apresentam contas de 50 ME de prejuízo"

Numa entrevista ao jornal 'Expresso', Villas-Boas destaca a preocupação com os prejuízos em torno dos 50 milhões de euros e critica ainda a forma como essas perdas são apresentadas pelo atual Presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, considerando-a 'leviana e de cavaqueira'.

O ex-técnico também aborda os prémios significativos que os administradores da SAD do clube receberam recentemente, numa altura em que o FC Porto enfrenta algumas dificuldades financeiras.

"O que deveria ter acontecido era a existência de ponderadores negativos, o que no panorama financeiro do clube do FC Porto retiraria todo e qualquer direito à premiação", começou por dizer Villas-Boas, citado pela 'Rádio Renascença'.

"O que me parece é que há ponderadores positivos que estão relacionados com a parte desportiva, que acabam por premiar os administradores quando o clube se encontra em ruína absoluta", acrescentou.

André Villas-Boas expressa a sua inquietação em relação aos prejuízos financeiros do FC Porto e considera que a forma como esses números são tratados é inadequada. Ele enfatiza a necessidade de um olhar mais sério e responsável sobre a situação financeira do clube, que não pode ser desvalorizada.

"O que mais me choca é a forma leviana e de bom tom e de cavaqueira com que se apresentam contas de 50 milhões de euros de prejuízo"

"Isso é grave e acho que é isso que leva à saturação atual porque não pode ser tão fácil e tão gozão apresentar umas contas destas. E é isso que leva à revolta das pessoas e a um desejo sentido de mudança. No caso do FC Porto estamos quase em ponto de não retorno", explicou.

O antigo treinador critica os prémios pagos à SAD, sublinhando que, dadas as dificuldades financeiras que o clube azul e branco atravessa, essas premiações enviam uma mensagem negativa para todos os sócios dos dragões.

"O Futebol Clube Porto neste momento não é dos seus sócios: é dos bancos, é dos fornecedores, é dos clientes. As receitas futuras estão cada vez mais antecipadas, o que por si só também é uma prevaricação com o futuro do Futebol Clube do Porto", rematou.