No cenário político do FC Porto, as próximas eleições para a presidência dos dragões trazem à tona não apenas questões de liderança, mas também debates cruciais sobre o futuro do clube da Invicta, com destaque para a localização do novo centro de treinos.
"Querem transformar o FC Porto num clube que compra uns canteiros do lado de lá do rio", critica Pinto da Costa.
A Maia e Vila Nova de Gaia emergem como os principais contendores na disputa pela posição geográfica da nova academia dos dragões.
Enquanto o atual presidente, Pinto da Costa, vê na Maia o local ideal, o antigo treinador do clube, André Villas-Boas, argumenta a favor de Vila Nova de Gaia.
Este conflito de opiniões não apenas reflete diferentes visões estratégicas para o clube, mas também inflama o ambiente pré-eleitoral, com cada candidato a lutar pela sua visão.
Contudo, a SAD do FC Porto apresentou esta quarta feira o projeto daquilo que poderá ser a futura academia do clube. As obras já estão em curso, com um custo estimado de cerca de 40 milhões de euros.
Segundo Fernando Gomes, vice-presidente encarregue da pasta financeira dos dragões, a infraestrutura ocupará um terreno de 23 hectares na Maia e incluirá 14 relvados, um estádio para a equipa B e outras instalações de apoio.
No entanto, Pinto da Costa não perdeu a oportunidade de criticar os opositores, mais precisamente André Villas-Boas, o seu principal adversário, que considera a academia dos dragões como um "trunfo eleitoral" para o atual líder dos azuis e brancos.
"Foi um gosto terem assistido à descrição desta maravilhosa utopia e este chorrilho de mentiras. Está à vossa frente e visível"
No meio de alguma ironia, o atual presidente acusou os concorrentes de tentarem adiar o projeto até depois das eleições, desvalorizando assim a importância desta iniciativa para o futuro do clube.
"É ridículo quando se diz que isto deveria ser adiado, que é um trunfo eleitoral. Isto é um trunfo do FC Porto para o futuro. Li, há dias, o diretor financeiro da candidatura adversária a dizer que deveríamos parar isto até depois das eleições. É absurdo e inacreditável", observou o líder portista.
"Então, também não poderíamos ter contratado o Otávio em janeiro e não poderíamos ter renovado com o Galeno que ontem se estreou pelo Brasil. Tudo porque quem viesse poderia não gostar do Galeno", criticou Pinto da Costa.
Além disso, Pinto da Costa lamentou o tom negativo que tem marcado a campanha eleitoral, destacando os feitos alcançados durante o seu mandato à frente do FC Porto e reiterando o seu compromisso em continuar a trabalhar pelo sucesso do clube.
"Temos assistido a uma campanha em que só se diz mal de tudo. Está tudo mal. Há cerca de quatro, cinco meses, eu ia ser o presidente dos presidentes. Eu tinha feito uma obra que ia ser uma referência até ao dia em que resolvi candidatar-me. A partir daí está tudo mal"
"A partir daí os 2.566 títulos que ganhamos nas minhas direções já não existem. Este estádio não foi feito na minha gerência, o pavilhão também não, o museu também não", destacou.
"Querem transformar o FC Porto em vez de um projeto que será o melhor projeto de Portugal, num clube que compra uns canteiros do lado de lá do rio, onde nada disto poderia ser feito, nem metade", rematou Jorge Nuno Pinto da Costa.