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"Schmidt não tem só coisas más, também tem coisas boas. É preciso que fuja das suas teorias"

O atual momento do Benfica está, certamente, longe das expectativas que os adeptos encarnados, a direção e até mesmo Roger Schmidt, treinador alemão que é cada vez mais criticado na Luz, tinham para esta temporada.

"Schmidt não tem só coisas más, também tem coisas boas. É preciso que fuja das suas teorias"
Benfica

"No meu tempo despedimos um treinador que ganhou campeonato e taça", recordou antigo dirigente do Benfica.

As críticas ao desempenho da equipa e à gestão técnica de Schmidt desde o início da presente temporada estão a crescer exponencialmente, e a recente eliminação da Liga Europa foi o ponto culminante desta pressão.

O técnico germânico, que já foi alvo de elogios no passado pela massa associativa benfiquista, encontra-se agora no epicentro das críticas devido aos resultados aquém do esperado, tanto a nível nacional como internacional.

O descontentamento dos adeptos tem sido visível não só nas redes sociais e fóruns de discussão, mas também nas bancadas do Estádio da Luz, com assobios e tarjas a pedir a saída iminente de Roger Schmidt.

A eliminação frente ao Marselha na prova europeia não foi apenas uma derrota em campo, mas também uma exposição das fragilidades táticas e estratégicas da equipa encarnada sob o comando de Schmidt.

"É preciso que Schmidt se adapte para que possa encaixar no que é essencial para o Benfica"

Somando a isso as eliminações nas fases finais das competições domésticas, como a Taça de Portugal e ainda a Taça da Liga, a época do Benfica tem sido marcada por desilusões e falta de consistência.

Gaspar Ramos, figura respeitada no universo benfiquista, não hesitou em comentar a situação atual do clube. Para o ex-dirigente das águias, o processo de despedimento de um treinador é complexo, não apenas devido aos aspetos financeiros envolvidos, mas também pela responsabilidade da direção que o contratou.

"É evidente que todos sabemos os erros que (Schmidt) tem cometido e voltou a cometer, mas o processo de despedimento é complexo, primeiro pela parte financeira, mas depois também porque quem gerou tudo isto é que tem agora de avaliar a situação", começou por dizer o sócio do Benfica, em declarações ao jornal 'A Bola'.

"Foi o presidente que o contratou, aprovou o contrato, certamente deverá ter desenvolvido diálogos com ele, com os seus conhecimentos desportivos", observou.

Contudo, Gaspar Ramos salienta que Roger Schmidt tem qualidades, mas é crucial que ele se adapte ao contexto do Benfica e ao estilo de jogo tradicional do clube, especialmente no campeonato nacional.

"Roger Schmidt não tem só coisas más, também tem coisas boas. É preciso que se adapte e fuja um pouco daquilo que são as suas teorias", desatacou o antigo dirigente.

"Para que se possa encaixar no que é essencial para o Benfica, que sempre teve um modelo de jogo que leva a que possa controlar o jogo em relação às equipas adversárias, pelo menos no campeonato nacional", explicou.

Na época passada, o Benfica teve sempre um modelo de jogo baseado no controlo da partida e na capacidade de dominar as equipas adversárias, quer a nível nacional quer fora de portas, algo que segundo Gaspar Ramos não tem sido consistente nesta temporada.

"Nos jogos internacionais temos de estudar o adversário e alterar o modelo de acordo com o que são as exigências dos adversários, mas em Portugal devíamos sempre ser dominadores e isso não acontece, temos tido dificuldade em ganhar às equipas ditas pequenas", criticou o sócio encarnado.

"É isso que é necessário meter na cabeça, tem coisas boas certamente, no treino deve ser bom, mas nas constituições das equipas e na utilização dos jogadores durante os jogos tem sido um pouco mau, mesmo relativamente ao modelo de jogo que utiliza", salientou.

O antigo dirigente sublinhou ainda a importância de avaliar se Roger Schmidt se enquadra no projeto do clube a longo prazo ou se é necessário optar pelo "mal menor" e efetuar uma mudança de treinador.

A história do clube lisboeta mostra que, mesmo após conquistas importantes, mudanças foram realizadas no comando técnico quando os valores e objetivos não estavam alinhados com a filosofia do Benfica.

"Se as pessoas reconhecerem que para um determinado projeto há necessidade de mudar o treinador, mesmo que custe, há que optar pelo mal menor", enfatizou.

"No meu tempo despedimos um treinador que ganhou campeonato e taça. Não tinha os valores que entendíamos como necessários. Isso tem de ser avaliado em relação a este", rematou Gaspar Ramos.

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