Liga Orangina: Atlético Clube de Portugal comemora 69 anos

Marina Champion desfaz assim a crença popular que diz não haver ninguém do Carcavelinhos. Hoje, com 71 anos, é vice-presidente do Atlético e braço direito do presidente do Atlético, Almeida Antunes.

É com um sorriso rasgado que Marina Champion exibe o cartão de sócio, um documento realmente histórico dado que serão poucos os que guardaram tal relíquia dos seus familiares.

“O meu pai era dirigente do Carcavelinhos e quando foi a fusão do Carcavelinhos com o União, em 1942, foi um dos elementos mais ativos para que fosse criado um clube mais forte que unisse todas as pessoas de Alcântara, Alto de Santo Amaro e Ajuda. Quando nasci, o meu pai saiu da maternidade a correr para me fazer sócia do Carcavelinhos. Era a sócia 2.659”, recordou à Agência Lusa Marina Champion, envergando o cartão com uma foto em que estava sentada numa almofada e vestida com uma camisola de lacinhos.

Apesar de ter nome da vila dos subúrbios de Lisboa, o Carcavelinhos vivia no coração da capital muito por “culpa” dos êxitos do futebol e do hóquei em campo devido às fortes ligações com os ingleses que habitavam em Carcavelos.

Este ano, a festa do Atlético será “mais pequena”, mas na mente de Marina Champion está já o próximo aniversário, onde, entre outros, vai estar a entrega dos emblemas e diplomas de 25 e 50 anos de sócios.

“Gostaria que fosse uma coisa mais significativa. Apesar de ter sido fundado em 1942, o Atlético conta, para este efeito, os sócios desde 1910, que é o ano de nascença do União Foot-ball Lisboa, e do Carcavelinhos, nos anos 20. Somos um clube pequeno, com pouco mais de dois mil sócios”, afirmou a dirigente.

É precisamente esta pasta dos associados que Marina Champion pretende ver reforçada a curto prazo, porque só assim se pode garantir a continuidade do emblema de Alcântara.

“Sem sócios não há clube. É mais do que óbvio. O clube não pode viver de glórias do passado. Estes sócios que venham aos jogos de futebol, desde seniores às escolinhas, e do basquetebol. Assim poderemos aumentar o lote das modalidades”, traçou a dirigente que está ligada às direções do Atlético desde o virar do milénio.

“A nossa grande preocupação é manter o equilíbrio económico e financeiro. Só podemos fazer coisas se tivermos meios económicos para o fazer. Mas não é fácil. Se os grandes clubes, que têm SAD's, sentem grandes dificuldades, imaginem o Atlético, que é um clube modesto”, concluiu Marina Champion.

No domingo, a principal “prenda” que os associados querem receber pelos 69 anos de vida do clube é um triunfo frente ao Trofense, em jogo que se realiza no Estádio da Reboleira, na Amadora, e que terá a arbitragem de André Gralha, de Santarém.