loading

Football Talks: A democracia na FIFA e na UEFA gera polémica

A representatividade na FIFA e na UEFA gerou hoje polémica no segundo dia do congresso Football Talks, em Cascais, com as associações europeias representativas das Ligas e dos clubes de futebol a reclamarem voz ativa.

Football Talks: A democracia na FIFA e na UEFA gera polémica

No primeiro painel da tarde do congresso organizado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o presidente executivo do Bayern Munique e da Associação Europeia de Clubes (ECA), Karl-Heinz Rummenigge, denunciou que “não existe democracia no futebol”.

Em referência à definição dos calendários e à cedência de jogadores para as seleções nacionais, Rumennigge disse que existe “um sistema que prejudica os clubes”, opinião corroborada pela EPFL (Associação das Ligas Europeias de Futebol).

O diretor executivo da EPFL, Emanuel Medeiros, assinalou que “há uma falta de legitimidade nas federações internacionais”, argumentando que “as Ligas são o alimento principal do futebol”.

Por isso, Emanuel Medeiros defendeu a necessidade “uma voz mais forte e autoritária”.

No entender de Karl-Heinz Rummenigge, “os clubes e os jogadores têm de ser integrados no processo decisivo” e classificou de “bastante forte” a luta na definição dos calendários, para que os atletas tenham um “maior período de recuperação”.

Depois de considerar que as seleções “se convertem em máquinas de fazer dinheiro”, com prejuízo para o período de recuperação dos jogadores, o antigo futebolista defendeu a criação de um seguro, aludindo aos lucros brutais de FIFA e UEFA.

“Os clubes, que pagam aos jogadores, não podem compreender isto e a FIFA e a UEFA têm de encontrar soluções”, afirmou, acrescentando que, “um dia, os clubes vão fazer uma revolução e os jogadores não vão estar dispostos a seguir este ritmo”.

Em resposta às posições assumidas pelos dirigentes da ECA e EPFL, o diretor de competições da UEFA, Giorgio Marchetti, sustentou que “a democracia serve para defender o coletivo”.

Marchetti disse que aceita “que os clubes e as ligas defendam os seus interesses”, mas considerou “excessivo colocar a questão como sendo as federações contra as ligas e os clubes”.

“Faz parte do jogo democrático haver vários níveis de representação. Todos querem defender os seus interesses, mas a democracia é mais complexa e serve para defender o coletivo”, disse.

Apesar de haver divergências, Giorgio Marchetti disse que ainda acredita que “o futebol possa encontrar uma conjugação de interesses das partes envolvidas”.

Outra das questões que gerou polémica foi levantada por Rummenigge, que comparou a compensação prevista para os clubes que cedem jogadores às seleções (55 milhões de euros/ano) com o valor que a UEFA vai amealhar com o Euro2012.

“Serão 1,3 mil milhões de euros (ME), quando apenas compensa com 55, ou seja, 3,5 por cento do total pago aos clubes pela cedência de jogadores”, exemplificou.

Em resposta, Marchetti lembrou que esse valor não é todo para a UEFA, garantindo que o organismo é uma estrutura não lucrativa e que redistribui todo o dinheiro que recebe.

O congresso Football Talks termina na sexta-feira, com dois painéis sobre Governação e Organização e as intervenções de Luís Figo e Carlos Magno, que antecedem a sessão de encerramento, programada para as 13:00.

Siga-nos no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Youtube.

Relacionadas

Para si

Na Primeira Página

Últimas Notícias

Notícias Mais vistas

Sondagem

Roger Schmidt tem condições para continuar no Benfica?