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Mercado: Crise condiciona reabertura no inverno

A reabertura do mercado de transferências de futebolistas em janeiro poucas novidades deve trazer ao futebol português, dependente do apetite dos ''tubarões'' europeus antes de equacionar investimentos mais consistentes.

Mercado: Crise condiciona reabertura no inverno

Com os cofres vazios e dívidas consideráveis, os clubes lusos dificilmente têm meios para apostas arrojadas e onerosas, pelo que a tendência será a de fazer reajustamentos, habitualmente sem loucuras.

''A janela de janeiro é curta, de alguns ajustamentos. Nos últimos três ou quatro anos foi limitada não só pela crise mundial, mas também por algumas diretrizes de fair-play financeiro que provêm da FIFA'', explica o agente Artur Fernandes.

Face a estas condicionantes, os clubes lusos têm duas opções: ''No plano A, limitam-se a ajustes de acordo com necessidades pontuais. O B depende da loucura e boa acção dos colossos europeus. Destes se interessarem por jogadores a atuar no nosso campeonato. Com a garantia de um encaixe financeiro significativo, os investimentos poderão então ser mais avultados. E assim fazem mexer o mercado''.

A exceção poderá ser o FC Porto, que iniciou a época com apenas dois pontas-de-lança: Kléber está longe de fazer esquecer Falcao e Walter não tem sido opção, pelo que se adivinha o investimento no mercado sul-americano (privilegiado pelos ''dragões'' nos últimos anos), mesmo sem a garantia de mais-valias com a venda de algum dos seus ativos.

A crise afeta todos e o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, admitiu problemas devido à crise: ''Não escondo que podemos perder, no futuro, alguma competitividade. O que não podemos perder é a nossa credibilidade. Acima deste ou daquele resultado, está sempre o futuro do Benfica''.

Artur Fernandes considera que ''faz sentido o investimento (estrangeiro) no mercado português, tendo em conta a qualidade dos jogadores a atuar no país, e não apenas nos maiores clubes''.

Além dos mais endinheirados da Europa, Artur Fernandes considera que o Brasil é também um mercado ativo, lembrando que a pujança económica do país se está a fazer sentir igualmente nos clubes, que têm resgatado alguns dos principais atletas ''canarinhos'' que atuam na Europa: em Portugal, verificou-se o caso de Liedson, precisamente há um ano.

Espanha, Inglaterra e Itália têm os clubes que mais investem na Europa, mas há também a ter em conta outros mercados com capacidade para futebolistas de eleição, casos do russo e ucraniano.

''Para as restantes equipas nacionais, a China começa a ser um bom mercado para vender. Clubes do Chipre, Grécia e Bulgária também podem fazer investimentos em Portugal'', acrescenta Artur Fernandes.

Há um ano, destacaram-se as vendas, em detrimento dos investimentos: o Benfica cedeu David Luiz ao Chelsea a troco de 25 milhões de euros e o sérvio Nemanja Matic, enquanto o Sporting ficou sem Liedson, que voltou ao Brasil pelos 2,1 milhões de euros pagos pelo Corinthians.

O FC Porto, que liderava a Liga, nada investiu, limitando-se neste período a emprestar dois produtos da sua formação, Ukra (Sporting de Braga) e Castro (Sporting de Gijon).

O dinheiro de David Luiz permitiu ao clube da Luz apostar nos jovens Jardel (ex-Olhanense), Carole (ex-Nantes) e José Luís Fernandez (ex-Racing). O Sporting apenas foi buscar o brasileiro Cristiano (ex-Paços de Ferreira) ao Paok.

O Sporting de Braga, finalista da Liga Europa com o FC Porto, foi a equipa mais ativa há um ano: as coisas iam mal no campeonato e saíram oito futebolistas - incluindo cinco habituais titulares -, chegando apenas quatro reforços.

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