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Evangelista diz que há dirigentes que «faziam um favor se fossem embora»

O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, disse hoje não acreditar em pedidos de demissão no futebol português, considerando que ''alguns dirigentes faziam um favor se fossem embora''.

No final de uma reunião com o plantel da União de Leiria, cujos jogadores têm entre três e quatro meses de salários em atraso, Joaquim Evangelista considerou, a propósito da anunciada demissão do presidente da SAD leiriense, Joaquim Bartolomeu, que alguns dirigentes ''faziam um favor ao futebol português se fossem embora''.

''Já toda a gente percebeu que há dirigentes que não acrescentam nada ao futebol português. Faziam um favor se se fossem embora, e com dignidade, que é o que todos queremos'', disse, sublinhando ter ''vondade de rir'' quando ouve falar em pedidos de demissão.

''Nunca vi um dirigente sair de modo próprio. Todos os anos temos este folclore de ameaças do ‘eu vou-me embora e o clube acaba' e ‘eu sou o salvador e sem mim não há clube''', referiu.

Em Leiria, Joaquim Evangelista reforçou a posição crítica em relação à situação atual dos clubes profissionais em Portugal, nos quais ''a questão do salário em atraso é recorrente'', cabendo ''ao jogador suportar essa fatura''.

''Isso não é aceitável! Os jogadores cumprem com as suas obrigações, fazem um esforço acrescido e exigem respeito. O respeito é pagarem-lhes atempadamente o seu salário'', acrescentou.

O presidente do SJPF diz que é tempo de os dirigentes ''deixarem de se vitimizar, porque estão cansados, porque estão há muito tempo ou porque encontraram o clube de forma diferente do que estavam à espera''.

''Toda a gente sabe qual é a realidade do futebol português. Se há atividade que gera dinheiro é o futebol português. Outra coisa diferente é se ele é bem gerido ou não. Essa é responsabilidade dos dirigentes, os jogadores não têm de pagar essa fatura'', afiançou.

Joaquim Evangelista diz ainda ter dificuldade em perceber o altruísmo que leva alguns dirigentes a ''estar 20 anos ligados ao futebol gratuitamente''.

''É coisa que tenho dificuldade em compreender, mas admito que exista. Se calhar temos de canonizar alguns deles, pela dedicação que têm ao futebol profissional. O sindicato poderá propor na assembleia da Federação Portuguesa de Futebol que alguns dirigentes tenham esse título'', ironizou.

Joaquim Evangelista critica ainda a posição da Liga, que “não pode ficar de fora desta questão, porque foi ela que garantiu e legitimou os clubes a competirem”.

“Se não tinham condições como agora se vem a verificar, a Liga tem de ser ativa na resolução e não pode estar silenciosa sobre esta matéria'', afirmou.

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