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O grande desafio dos clubes pequenos

Actualmente, o futebol é uma indústria enorme. A competição obriga a um crescimento rápido e, muitas vezes, pouco sustentado, sendo baseado em mecenas, modas ou créditos. O que acontece se alguma coisa neste sistema deficitário falhar? A actual crise económica e financeira pode dar algumas pistas. Bem como clubes como o Portsmouth e o West Ham. Neste quadro megalómano, o que acontece aos emblemas pequenos de um médio campeonato, como o português?

O grande desafio dos clubes pequenos

É frequente assistirmos a contratações que chegam em Agosto e partem em Junho. Isto quando já não passam o Natal longe dos novos clubes. Geralmente, estes chegam do mercado sul-americano, com o Brasil a assumir a dianteira. Qual a razão para tantas contratações efémeras? Certezas não tenho, mas quando penso sobre este mistério, recordo-me de uma popular caricatura de Bordalo Pinheiro, feita a propósito da política: esta tinha de alimentar muita gente.

Ora, o mercado brasileiro começa a ser excessivamente caro para o comum clube português. Para contratar bem é necessário pagar bem. Falta saber a quem. E o que é que acontece aos clubes de menor dimensão? Encontram-se numa encruzilhada. Ou entram neste jogo, ou mudam de paradigma. Atentando nas camadas jovens destes clubes, é possível tirar algumas ilações. Em primeiro lugar, são negligenciadas. A vários níveis. Primeiro, os talentos que lá existirão, não têm grandes oportunidades nas equipas principais. Este facto pode dever-se a variadas razões. Os lugares podem já estar ocupados por talentos duvidosos, por exemplo. Mas também existem motivos estruturais. Como funcionam essas camadas jovens? Qual a abrangência da formação? Talento para jogar futebol existe em abundância. Capacidade para o jogar já é mais raro. Falta, frequentemente, uma condição essencial: ter dimensão competitiva. O futebol é um jogo complexo, onde se estabelecem inúmeras relações. Daí que a abrangência e coerência da formação seja crucial. E é aqui que falham muitos jogadores. Por culpa própria, mas também das entidades formadoras: o jogo não se resume ao conjunto de acções que um indivíduo pode fazer.

Voltando ao funcionamento das camadas jovens, há um outro ponto que convém analisar: os recursos humanos que as compõem. Estamos a falar de pessoas capacitadas para tal? Estamos a falar de uma organização que compreende a importância de ter uma estratégia partilhada, um modelo de jogo organizacional? No fundo, as camadas jovens são parte integrante de uma ideia? Estas podem ser pistas para a reflexão, sobretudo numa era de sobredimensionamento do mundo futebolístico.

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