Desde o título de campeão nacional, da qualificação para as competições europeias ou até mesmo da fuga à despromoção, o leque de candidatos para cada lugar é quase sempre o mesmo ano após ano na Liga Zon Sagres.
Não é por acaso que apenas cinco equipas conseguiram ser campeãs nacionais em Portugal. A juntar a isso, apenas as formações do Minho e do Funchal conseguiram intrometer-se entre os primeiros lugares da tabela nos últimos anos.
Mas há exceções que, apesar dos parcos recursos, conseguem contrariar a tendência de que mais dinheiro é sinónimo de melhores resultados. Em 2008/2009 foi o Leixões que, acabado de chegar da Liga Orangina, disputou o primeiro lugar até ao Natal e acabou a época na 6ª posição. Um ano antes, o Vitória de Guimarães havia terminado a época no pódio. Ainda assim, são pequenos exemplos que em outras ligas mais competitivas ocorrem com maior frequência. O que vale é que ainda estamos longe das disparidades entre os «grandes» e os restantes clubes que acontece aqui ao lado no país vizinho.
Este ano o Nacional da Madeira parece capaz de voar mais alto do que na temporada transata. Em todo o caso, a equipa agora treinada por Pedro Caixinha não será nunca uma surpresa total, visto que na Choupana os resultados alcançados sob o reinado de Rui Alves têm sido muito bons, com sucessivos apuramentos para a Taça Uefa, hoje em dia denominada Liga Europa. Mas face ao que se passou no último campeonato, em que a irregularidade foi uma constante, este parece ser o ano da retoma para os alvinegros. Reforçaram-se em setores chave e a vitória no troféu Ramon Carranza é um sinal claro de qualidade.
Em Guimarães, o Vitória local viu-se livre de jogadores caros de mais para a realidade atual do clube e do pais. Com um dos plantéis mais jovens da Liga Zon Sagres, a equipa ganhou este ano uma nova aura. Mas o maior reforço foi mesmo ter mantido Rui Vitória ao leme.
Mais a sul, o Olhanense pode bem ser uma agradável surpresa este ano e subir alguns degraus comparativamente à última época. Sérgio Conceição foi, pelo menos nesta 1ª jornada, capaz de camuflar os desequilíbrios no plantel da turma de Olhão. E tal como em Guimarães, é nele que estão depositadas as esperanças dos adeptos locais.
Por seu turno, o Vitória de Setúbal tem de lidar com algumas indefinições no seu plantel. Poucos atletas transitaram em relação à ultima temporada e no total são 16 as caras novas. Juntamente com o Paços de Ferreira, que viu perder alguns dos seus jogadores mais influentes, são equipas que poderão sentir dificuldades nas primeiras rondas do campeonato.
PS: Vindos diretamente da 2ª Liga, Estoril e Moreirense oferecem boas razões para que se acredite numa boa temporada de ambas as coletividades. Em Cascais mora um técnico jovem. mas talentoso, assim como a sua equipa, ao passo que em Moreira de Cónegos o investimento realizado permite ambicionar a algo mais que a mera permanência.