Sporting: Retenção dos prémios da UEFA não tem qualquer efeito prático

Esta suspensão foi justificada pela câmara investigatória do Comité de Controlo Financeiro de Clubes (CCFC) com a identificação da existência de dívidas relevantes para com outros clubes e/ou para com funcionários e/ou referentes a impostos e taxas sociais do clube lisboeta e de outros 22 clubes.

Contactada pela agência Lusa, uma fonte do Sporting afirmou que a retenção não tem qualquer efeito prático, porque os pagamentos não seriam efetuados agora.

Na época de 2011/12, o Sporting garantiu 4.319.383 euros em prémios, por ter atingido as meias-finais da Liga Europa

Ao valor fixo de participação e pelos seis jogos disputados na Liga Europa (640.000 e 340.000 euros, respetivamente), o Sporting somou mais 560.000 euros pelos resultados obtidos no grupo D, que ganhou com quatro vitórias e duas derrotas.

Os “leões” amealharam mais 1,6 ME em prémios pelas qualificações sucessivas até às meias-finais, nas quais foram afastados pelos espanhóis do Athletic Bilbau, que acabaram por ser batidos na final pelo Atlético de Madrid.

Em comunicado, a UEFA informa hoje que a suspensão do pagamento dos prémios monetários é temporária, decorre até que sejam levadas a cabo mais investigações, e que aguarda que os 23 clubes “forneçam uma atualização da sua situação até 30 de setembro no que toca aos pagamentos devidos”, para posteriormente tomar uma decisão definitiva.

A mesma fonte do emblema ''leonino'' acrescentou que, além da retenção, o Sporting foi informado pela UEFA de que será o clube, entre todos os portugueses, que vai receber de imediato, através da Federação Portuguesa de Futebol e sem qualquer suspensão, a maior verba ao abrigo do mecanismo compensatório pela cedência de jogadores para os jogos da seleção portuguesa, na qualificação e na fase final do Euro2012.

Como parte da primeira medida de requisitos de “fair play” financeiro incluída nos Regulamentos de Licenciamento dos Clubes e Fair Play Financeiro da UEFA para 2012/13, os clubes participantes nas provas da UEFA estão obrigados a fornecer informações referentes ao estado de quaisquer pagamentos devidos até 30 de junho de 2012.

O “fair play” financeiro é uma das “bandeiras” do presidente da UEFA, Michel Platini, para tentar disciplinar os clubes na gestão dos seus fundos, para que não apliquem despesas superiores às receitas, numa contabilidade que feita de três em três anos.

As contas começaram a ser registadas na época que agora terminou e serão somadas às de 2012/2013 e 2013/2014. Será esse conjunto de exercícios que a UEFA terá em conta para ponderar o licenciamento às competições europeias.

Será contabilizada a exploração dos clubes, com todas as receitas e despesas, embora neste segundo item a UEFA não tenha em conta os investimentos em infraestruturas (estádios ou centro de treinos) e na formação.

Nas contas do início 2013/2014, os clubes não deverão apresentar perdas superiores a 45 milhões de euros nas duas épocas anteriores. Na temporada seguinte, em 2014/2015, o limite mantém-se quando forem somadas as contas dos três últimos exercícios.

No “triénio” entre 2015/2016 e 2017/2018, as perdas acumuladas não podem ultrapassar os 30 milhões de euros.

O Sporting garantiu este ano a presença na fase de grupos da Liga Europa, na qual integra o Grupo G juntamente com o Basileia (Suíça), Genk (Bélgica) e Videoton (Hungria), após eliminar no “Play-off” os dinamarqueses do Horsens.

De entre os clubes que não cumpriram os requisitos de “fair play” financeiro encontram-se o atual detentor do título da Liga Europa, Atlético de Madrid, e Málaga (Espanha), Fenerbahçe (Turquia), Rapid Bucareste (Roménia), Rubin Kazan (Rússia) e Partizan (Sérvia).