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Há jogadores que parecem possuidores de uma energia inesgotável. Marcos Senna, hispano-brasileiro, é um desses casos. Aos 37 anos, depois de ter descido com o Villarreal à Liga Adelante e ter ajudado o 'Submarino Amarelo' a regressar à Liga BBVA, despediu-se. O New York Cosmos, antiga equipa de Pelé, será a montra para pendurar as chuteiras.
Nascido na enorme cidade de São Paulo, Marcos Senna nunca teve um grande sucesso no futebol brasileiro e muito menos se viu reconhecido pelos selecionadores da canarinha. Começou no Rio Branco (1997), seguiu para América-SP (1998), saltou para o Corinthians (1999-2000), representando ainda a Juventude (2001) e o São Caetano (2002). Sempre discreto.
Chegou ao El Madrigal em 2002, mas as duas primeiras épocas ao serviço da equipa espanhola pareciam não ser promissoras. Até que sentiu confiança e ganhou um lugar inequívoco no meio-campo do emblema valenciano. Viveu a fase de ouro do Villarreal no século XXI, com presenças na Champions League e a meia-final da prova milionária, em 2005-06, onde foram afastados pelo Arsenal.
Na temporada de 2007-08, o Villarreal terminou em segundo lugar da Liga BBVA, atrás do campeão Real Madrid. Marcos Senna estava lá, era figura de proa e capitão de equipa. Campeão da Europa com a Espanha, sob a liderança de Luís Aragonés, Senna conquistou o título internacional que o Brasil nunca lhe foi capaz de proporcionar. Entre 2006 e 2010, somou 28 internacionalizações e apontou um golo. No último ano, perdeu o seu lugar na 'La Roja' para Sergio Busquets.
Em 2011-12, depois de algumas épocas com problemas físicos, Marcos Senna não foi capaz de evitar, em conjunto com os seus colegas, a despromoção à Liga Adelante. Mas o Villarreal desceu para subir de imediato. Borja Valero, Diego Lopez e Nilmar abandonaram o barco, mas Marcos Senna não. Afinal, o verdadeiro amor revela-se nos momentos de maior sufoco.
Um ano depois, o médio veterano ajudou a equipa valenciana a regressar ao lugar que lhe pertence, terminando em segundo lugar da Liga Adelante, atrás do campeão Elche. No dia em que completa 37 primaveras, Marcos Senna representa o New York Cosmos, clube onde brilhou o 'Rei' Pelé durante a década de 70 e que agora se encontra nos escalões secundários do país. Os tempos já foram de maior sucesso, mas a História não se apaga.
A passagem pelo New York Cosmos será apenas outro capítulo. A oportunidade de continuar a fazer o que mais gosta e aumentar o seu pé de meia antes de pendurar as chuteiras. O médio de forte remate e especialista nas grandes-penalidade continuará a ser herói no Villarreal. Pode ser que um dia regresse ao El Madrigal. Noutras funções.
