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Futebol em perigo: Quantos clubes são sustentáveis por si próprios?

Tal como a sociedade capitalista em geral, o futebol caminha a passos largos para o abismo. Neste momento, a modalidade vive uma espécie de falso ‘Jardim do Éden’, em que tudo parece correr às mil maravilhas, mas escondendo no seu interior as maleitas de dívidas pesadas demais para serem saldadas. Imaginem uma bomba relógio. Enquanto a contagem decrescente decorre tudo se mantém como dantes, tranquilo. Depois vem o clique final e… pumm!

Futebol em perigo: Quantos clubes são sustentáveis por si próprios?

Esta tendência de endividamento galopante aplica-se a nível mundial. Quase ninguém escapa e são raros os clubes que sobrevivem sem o cancro de qualquer défice. Em Portugal, mais concretamente no Benfica, a bomba explodiu na noite da última quinta-feira, quando os sócios do clube chumbaram um relatório de contas com 113,4 milhões de passivo. Nos rivais do Sporting e do FC Porto as coisas estão mais calmas. Seja como for, leões e dragões também sobrevivem com uma dívida de várias dezenas de milhões.

Internacionalmente, tudo igual. Não fossem os milionários do petróleo, do gás natural e das companhias aéreas e a Premier League estaria nas ruas da amargura. Os emblemas do campeonato mais emocionante do mundo vivem alicerçados em défices gigantescos, mas mantêm a confiança dos investidores porque na sua retaguarda estão donos com muito dinheiro. Além disso, o futebol inglês é uma verdadeira máquina de bilheteiras e receitas publicitárias. Por vezes, isso não basta e as falências de clubes britânicos importantes como o Portsmouth, Leeds United e Glasgow Rangers são a prova viva disso.

A UEFA já está a par deste problema e salientou no sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, no Mónaco, que os clubes têm que estar dispostos a equilibrar as contas e a fazer esforços em prol da sustentabilidade futura das suas estruturas. O organismo que regula o futebol europeu quer penalizar os emblemas que apresentem mais prejuízos que receitas no seu relatório de contas, mas estou em crer que tal não passará de uma nobre intenção. Além do equilíbrio das finanças ser uma questão facilmente contornável, estou em crer que muitos clubes preferirão ser multados do que deixarem de comprar a estrela que ambicionam. Digo isto, porque não acredito que a UEFA tenha coragem para vedar o acesso às competições europeias a monstros como o Man City, Chelsea, Real Madrid e Barcelona.

Posto isto, não auguro grande sustentabilidade ao futebol enquanto modalidade milionária nestes contornos. Os tentáculos do capitalismo e do ‘viver em dívida’ alastraram-se também nesta direção e, agora, será muito difícil sair deste sistema corrosivo. A solução passa por apostar na prata da casa, investindo o que se tem na formação. O mercado está perigosamente inflacionado e fica muito caro ir às compras. Não dar um passo maior que a perna tem que ser o ideal de ordem. Ou isto, ou a ruína!

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