Exibição do FC Porto traída por golo nos últimos minutos

A resistência portista durou cerca de 80 minutos, pois o "veterano" Kerzhakov marcou o único golo do encontro a cinco minutos dos 90, e deu ao resultado uma expressão nada consentânea com as incidências da partida, pois os "dragões", em inferioridade numérica por expulsão de Herrera logo aos seis minutos, dispuseram de mais oportunidades de golo, nomeadamente duas bolas nos "ferros".

De início, Paulo Fonseca optou por Licá em vez de Silvestre Varela na lateral ofensiva, e pelo mexicano Herrera no posto que vinha sendo de Defour, mantendo a habitual estrutura e composição do "onze".

Por seu lado, Luciano Spalletti, além da utilização dos portugueses Danny e Luis Neto na equipa, manteve Hulk no lugar de ponta-de-lança, como tem acontecido no campeonato russo, ao contrário dos dois anteriores jogos para a "Champions", em que utilizou Kerzhakov nessas funções.

A partida ficou logo condicionada, pela negativa, para o FC Porto, graças à expulsão de Herrera, que não podia ter tido pior estreia, após dois lances ao minuto seis: falta sobre Hulk à entrada da grande área e saída extemporânea da barreira, o que lhe valeu o duplo amarelo.

Ainda assim, os "dragões", apesar de reduzidos a 10 jogadores, conseguiram ser, na primeira parte, a equipa que dispôs de mais oportunidades, mantendo intensidade e velocidade nas transições defesa-ataque-defesa.

O esforço valeu um remate à barra, da autoria de Lucho González, aos 20 minutos, que se sucedeu a uma tentativa, de livre direto, de Josué, que fez a bola rasar o travessão, uns minutos antes.

O mesmo rigor evidenciado pelo árbitro italiano Paolo Tagliavento para a expulsão de Herrera não se viu aos 28 minutos, quando Arshavin agrediu Licá, admitindo-se que o "juiz" não tenha visto o lance.

Evidenciava-se, então, o trabalho de Fernando, que foi "varrendo" o mais possível a intermediária portista, recuperando a bola em situações de ataque russo e dando o equilíbrio possível a uma equipa "manca" no meio-campo, diante de Arshavin e de Shirokov, os mais expeditos a servir Hulk e Danny para o contra-ataque.

A segunda parte começou com mais uma jogada de perigo, com Licá a cabecear para defesa apertada de Lodygin, mas foi praticamente o seu último lance, uma vez que foi substituído aos 53 minutos por Silvestre Varela.

E o internacional português entrou a "todo o gás", protagonizando uma jogada individual, desde a direita até ao coração da área, que culminou com um remate ao lado da baliza.

A sorte esteve ao lado dos anfitriões, aos 58 minutos, após uma "oferta" de Otamendi a Hulk, que partiu isolado para a área, mas rematou contra um dos pés de Helton.

Passaram os russos a controlar a posse de bola, remetendo o FC Porto para funções mais defensivas e Hulk, com um remate traiçoeiro, ia surpreendendo Helton, quando estavam decorridos 70 minutos da partida.

Paulo Fonseca trocou Josué por Defour à entrada do último quarto de hora, numa tentativa clara de ganhar fôlego na intermediária.

Aos 79 minutos, foi a vez de Varela fazer a bola embater na barra, mas, a quatro dos 90 regulamentares, na única falha defensiva portista, o avançado Kerzhakov, que entrara pouco antes a substituir Arshavin, inaugurou o marcador, ao cabecear no coração da área, a dar o melhor caminho à bola, cruzada desde a direita do ataque.

O FC Porto reagiu bem e Ghilas, acabadinho de entrar, cabeceou para a defesa do guarda-redes russo, ao que se seguiu um remate muito perigoso de Jackson, desviado para canto por um defesa.

Nos últimos instantes, Varela ainda obrigou a nova defesa apertada, mas o árbitro italiano acabou com o jogo logo a seguir.