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Índia: Francisco Neto, treinador português em Goa onde o futebol é «rei»

O treinador português Francisco Neto ainda não abandonou o cargo de selecionador de Goa de futebol, que orientou nos Jogos da Lusofonia, mas assegura vai sentir “saudades” do único Estado indiano onde o futebol é “rei”.

Índia: Francisco Neto, treinador português em Goa onde o futebol é «rei»

Francisco Neto foi convidado para orientar a seleção de Goa (Índia), no ano passado, assinando um contrato para preparar a participação nos Jogos da Lusofonia, uma experiência que lhe permitiria descobrir a "impressionante paixão que têm pelo futebol".

"Penso que o Estado de Goa é o único onde o futebol é o desporto rei. De resto, é o críquete ou o râguebi, mas mais o críquete, e aqui em Goa é o futebol. Todos os dias saem notícias dos miúdos. Toda a gente olha para o futebol de uma maneira diferente em Goa", observou o técnico português.

Não obstante a "paixão" pelo futebol, Goa não figura entre os "favoritos". À luz dos prognósticos de Francisco Neto, será uma das duas seleções africanas (Moçambique ou São Tomé e Príncipe) a erguer o "troféu".

Isto apesar da surpreendente vitória diante de Moçambique (2-1) no primeiro embate da equipa. Já na "segunda mão", que se disputou hoje ao final da tarde, Moçambique ganhou pela vantagem mínima (1-0).

"Goa é um ‘outsider’, não é favorito e é fácil explicar porquê: Vimos aqui unicamente com goeses, temos só um jogador de fora. Somos apenas um Estado, não temos ‘ranking' na FIFA e o poder de recrutamento dos países é completamente diferente", apontou, dando conta de que a fase inicial da preparação também "não foi fácil", uma vez que ficou sem sete atletas, porque os clubes não os libertaram.

Apesar das dificuldades, Francisco Neto deixa a garantia: "Vamos lutar todos os minutos porque achamos que trabalhamos para mostrar qualidade".

O português, de 32 anos, chegou em agosto do ano passado a Goa, onde esteve durante 15 dias. Com o adiamento dos Jogos, regressou a Portugal e voltou em dezembro.

No início a adaptação foi difícil, porque Goa estava na época das monções, mas agora o luso já está plenamente integrado, tendo beneficiado de “muito boas” condições de trabalho.

"Tivemos oportunidade de fazer dois estágios, a associação tem-me dado tudo o que necessito para evoluir, mas vivemos aqui com o grande problema de eles não serem organizados no seu todo. São relaxados na maior parte das coisas e isso passa um bocadinho para tudo", descreve.

Agora que se adaptou, com o final de contrato no fim de janeiro, vai voltar à coordenação técnica da Associação de Futebol de Viseu e, consequentemente, chega a nostalgia.

"Ficamos sempre com saudades, de tudo. Primeiro, do tempo maravilhoso - sol todos os dias -, depois do espírito da equipa. São dois meses a trabalhar intensamente todos os dias com eles, é impossível não haver nenhuma ligação. Passamos muito tempo juntos, vou ter saudades. Quem sabe um dia regressarei a Goa para fazer algum trabalho", admitiu o técnico.

Francisco Neto não foi o primeiro técnico português a estar aos comandos da seleção de Goa.

"Já não é a primeira vez que fazem isto, já tiveram um treinador português nos primeiros Jogos da Lusofonia [em Macau] e gostaram muito do trabalho. Depois, na segunda edição [em Lisboa], optaram por um treinador indiano e as coisas não lhes correram muito bem, e voltaram a apostar num treinador português", esclareceu.

Além de ambicionar manter o “bom nome dos portugueses” em Goa, Francisco Neto alimenta o sonho de “um dia poder vir a treinar alguns clubes profissionais".

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