A utilização de véus que cubram a cabeça ou de turbantes no futebol foi aprovada hoje oficialmente pelo International Board, organismo que gere as leis do jogo, após 20 meses de testes.
"Foi decidido que as jogadoras poderão ter a cabeça coberta para jogar", afirmou em conferência de imprensa o secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Jérôme Valcke, no âmbito da reunião do International Football Associaton Board (IFAB), em Zurique, na Suíça.
Além de permitir às mulheres muçulmanas a utilização de véus, esta medida foi alargada aos homens, em resposta a um requerimento da comunidade sikh canadiana. Brevemente, será enviada uma circular a todas as federações a explicar detalhadamente a forma de aplicação desta decisão.
O véu ou o turbante não poderão ser os de uso diário. Deverão ter a mesma cor da camisola, não constituir perigo para quem o utiliza nem ter pontas soltas.
A FIFA proibia a utilização do véu, alegando o risco de lesões no pescoço e na cabeça, mas em 2012 o IFAB decidiu testar o seu uso durante quase dois anos, na sequência de um pedido da Confederação Asiática de Futebol.
Após a experiência, o Board considerou não haver mais razões válidas para proibir esta prática, desde que todas a regras de segurança sejam respeitadas.
"É uma autorização global", disse Valcke, reconhecendo que o facto de a Jordânia, um reino árabe, ser a anfitriã do Mundial feminino de sub-17 em 2016 teve um papel importante nesta decisão.