A contundente vitória do Real Madrid no terreno do Schalke 04 (1-6), na primeira-mão dos oitavos-de-final da Champions, mostrou uma equipa em grande forma e bastante unida. Como em todos os anos, os ‘merengues’ procuram adicionar o décimo troféu da Liga dos Campeões ao seu historial e, esta época, parecem mais demolidores do que nunca.
Durante a passagem de José Mourinho pelo Santiago Bernabéu, o Real Madrid encalhou sempre nas meias-finais da competição. Faça-se justiça e diga-se que os madrilenos conseguiram boas prestações de forma consecutiva e muito melhores do que nos anos anteriores. Contudo, a verdade é que nunca foram capazes de chegar ao momento de todas as decisões: a final da prova milionária. Assim, ficaram pelo caminho diante do Barcelona (2010-11), Bayern Munique (2011-12) e Dortmund (2012-13).
Seja como for, não são as recentes prestações desportivas do Real Madrid na prova milionária que me levaram a escrever este artigo. Afinal, esta equipa ainda não atingiu sequer as meias-finais da Champions League, muito menos o final. Decidi escrevê-lo porque noto uma clara mudança de atitude por parte do conjunto liderado por Carlo Ancelotti.
Depois de um início de época mediano, o Real Madrid tem crescido a olhos vistos. Ancelotti, astuto, parece ter preparado os seus jogadores para chegarem à fase de todas as decisões num pico de forma. Os ‘merengues’ lideram isolados a Liga BBVA e têm praticamente os dois pés nos quartos-de-final da prova milionária. Além disso, disputarão a final da Taça do Rei frente ao Barcelona, no próximo dia 16 de abril.
Nesta altura, a equipa aparenta estar unida em torno de um objetivo comum: vencer tudo! Casillas parece ter-se acomodado, em prol do conjunto, com o estatuto de suplente de Diego Lopez na Liga BBVA, os atritos entre portugueses e espanhóis deixaram de ser notícia, Xabi Alonso voltou a ser construtor e decisivo, Modric vive um momento de forma espetacular, Bale e CR7 estão endiabrados e Benzema nunca esteve tão bem.
Mais do que procurar apresentar um futebol irrepreensível a nível tático, Ancelotti optou por construir uma equipa coesa e ligada entre si. Ancelotti foi humilde o suficiente para aproveitar algum do trabalho realizado por José Mourinho e dar o seu cunho pessoal à manobra do Real Madrid. Além disso, nunca procurou entrar em atritos ou jogos psicológicos com os rivais. Nem muito menos tem precisado de o fazer!
No fundo, o experiente Carlo Ancelotti segue fazendo apenas o seu trabalho. De forma séria e sem pressões. E o Real Madrid está bem, transpira futebol. Por vezes, os génios tendem a complicar aquilo que é fácil e Mourinho colocou-se numa situação insustentável nos seus últimos tempos no Santiago Bernabéu. Essa é a verdade.
Hoje em dia vemos um Real Madrid tranquilo, coeso, ligado, unido. Um Real Madrid que não se parece sentir pressionado por ser a equipa mais titulada do futebol mundial. Um Real Madrid que defende, constrói e marca. Um Real Madrid pouco galático. A Ancelotti faltam apenas os títulos, porque no resto já parece ter vencido em toda a linha.
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