Mundial-2014 (Gr. H): O vigor da juventude belga e a experiência russa

Os russos não foram tão impressionantes quanto os belgas durante a fase de apuramento, mas fizeram o suficiente para relegar para os “play-offs” a seleção de Portugal, que, então, beneficiou da inspiração e dos quatro golos de Cristiano Ronaldo no duplo embate com a Suécia para se apurar para o Brasil.

Apesar de as equipas europeias serem as grandes candidatas a terminarem nos dois primeiros lugares, os únicos que garantem a passagem para os oitavos de final, não poderão facilitar nos confrontos com a Coreia do Sul e a Argélia, as outras seleções do agrupamento.

A Bélgica passeou a sua superioridade na qualificação, garantindo antecipadamente a presença na fase final e terminando com nove pontos de vantagem sobre a Croácia, segunda classificada, sem ter sofrido qualquer derrota em 10 jogos, nos quais concedeu apenas dois empates.

O guarda-redes Thibaut Courtois será um obstáculo difícil de ultrapassar para os avançados adversários e, em conjunto com o central Vincent Kompany, um dos principais responsáveis pela solidez defensiva da Bélgica, que sofreu apenas quatro golos durante a qualificação europeia.

O meio campo belga, liderado por Marouane Fellaini e pelo ex-benfiquista Axel Witsel, é dos mais promissores da competição, de tal forma que o portista Steven Defour começa habitualmente no banco de suplentes, a partir de onde se tem revelado uma alternativa válida.

As expetativas dos adeptos na reedição do quarto lugar do Mundial de 1986, a melhor classificação de sempre da Bélgica, assentam em grande parte no talento do extremo do Chelsea Eden Hazard, que o treinador português José Mourinho qualificou de o melhor jovem jogador do Mundo.

Na frente, Christian Benteke é uma ausência importante, por lesão, mas há Romelu Lukaku, avançado que jogou esta época no Everton, emprestado pelo Chelsea.

A Rússia também tem como melhor resultado num Campeonato do Mundo um quarto lugar, obtido em 1966, que só não foi melhor porque Portugal e Eusébio se impuseram no jogo para a atribuição da medalha de bronze, mas parece improvável que o desfecho de Inglaterra se repita no Brasil.

A disciplina imposta pelo treinador italiano Fabio Capello resultou em apenas cinco golos sofridos durante a fase de apuramento (contra nove de Portugal), mas os méritos da seleção russa, com um lote de jogadores bem mais experiente, não passam exclusivamente pela qualidade da sua ação defensiva.

O médio Roman Shirokov é o “motor” do meio campo, enquanto a dupla de avançados foi responsável por nove dos 20 golos marcados pelos russos: Alexander Kerzhakov apontou cinco, um dos quais no triunfo por 1-0 na receção a Portugal, e Alexander Kokorin concretizou quatro.

Na Coreia do Sul, cujo quarto lugar em 2002, no Mundial que organizou em conjunto com o Japão, destoou da sequência de resultados medianos, destaca-se também um avançado, Chuyoung Park, autor de seis tentos na zona asiática de qualificação, em apenas sete jogos disputados.

Na Argélia, de longe a seleção menos experiente do grupo, com três participações na grande prova mundial, contra 11 da Bélgica, nove da Rússia e oito da Coreia do Sul, há um “português” em destaque.

O avançado Islam Slimani, que esta época ajudou o Sporting a recompor-se da pior época da sua história, foi decisivo no apuramento ao marcar cinco golos e até poderá ter a companhia de Nabil Ghilas na frente de ataque, ainda que o jogador do FC Porto comece habitualmente os jogos no banco de suplentes.

Calendário do Grupo H:

1.ª jornada:
Bélgica - Argélia, 17 jun, 13:00 (17:00 em Lisboa), Belo Horizonte.
Rússia - Coreia do Sul, 17 jun, 18:00 (23:00), Cuiabá.

2.ª jornada:
Bélgica - Rússia, 22 jun, 13:00 (17:00), Rio de Janeiro.
Coreia do Sul - Argélia, 22 jun, 16:00 (20:00), Porto Alegre.

3.ª jornada:
Coreia do Sul - Bélgica, 17:00 (21:00), São Paulo.
Argélia - Rússia, 17:00 (21:00), Curitiba.