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Euro-2004: Madail soube da vitória por "um olhar cúmplice"

O ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) Gilberto Madail afirmou à Lusa que “um olhar cúmplice” lhe permitiu saber, segundos antes do anúncio oficial, que Portugal iria organizar o Europeu de 2004.

Euro-2004: Madail soube da vitória por "um olhar cúmplice"

“Eu não sabia de nada, porque não tinha visto a votação. Soube no momento em que ela foi anunciada. Aliás, uns segundos antes, através de um olhar cúmplice de um membro, na altura, do comité executivo”, disse o ex-líder federativo.

Em entrevista à Lusa, Madail recordou o momento: “Ele virou-se para trás e olhou para mim de uma forma expressiva. E eu disse ao ministro Sócrates: ‘sr. ministro, já ganhámos’. A primeira sensação que eu tive de vitória foi essa”.

“Sentimentos após o anúncio? Muita alegria e a recompensa por um trabalho que tinha sido desenvolvido por muita gente (...). Não posso esquecer todos aqueles que, na federação, nomeadamente jogadores, fizeram propaganda da nossa candidatura, como o Luís Figo e outros, que foram também porta-vozes da nossa candidatura. Foi um sentimento de vitória e de satisfação”.

Os grandes responsáveis da vitória foram muitos: “Eu acho que foi a organização portuguesa, em colaboração estreia com o Governo, e o entusiasmo da população portuguesa relativamente a ter cá um Campeonato da Europa, que começou a ser crescente, embora discreto”.

“E houve também algumas realizações marcantes: lembro-me de, no Estádio Nacional, construirmos o logotipo da candidatura, com cerca de 40.000 pessoas. Essa imagem foi passada no momento antes da decisão. A vontade do povo português influenciou muito aquilo que foi a decisão final sobre a candidatura”, frisou Madail.

Foi um final de dia feliz para Portugal, em Aachen, na Alemanha, a 19 de outubro de 1999, depois de um “despertar” com outras cores: “Nesse dia, em Aachen, os espanhóis montaram um circo, com montes de carrinhas a dizer ‘see you in Spain in 2004’, com barulho. Inclusivamente, no pavilhão, montaram lá uma tenda, com tapas e petiscos...”.

Nada que tenha abalado a confiança lusa: “Estava um pouco receoso, mas com alguma confiança, pelas respostas que tinha tido por parte das pessoas que tinha contactado. Houve pessoas com as quais foi preciso falar três vezes para nos dizerem ‘pronto, você convenceu-me, vou votar na candidatura portuguesa’”.

A votação foi pela manhã, mas “os votos ficaram na posse do presidente Lennart Johansson, que os pôs no bolso e não os divulgou a ninguém”.

“Estávamos com as deleções espanhola, austríaca e húngara. Os espanhóis estavam eufóricos, mas tinham começado a trabalhar muito tarde para promover a sua candidatura”, lembrou Gilberto Madail.

Contavam com a influência de Ángel Maria Villar: “Eu não pertencia na altura ao comité executivo da UEFA, mas pertencia o meu colega espanhol. Ele estava confiante no poderio espanhol, que já nessa altura era muito. Hoje, é muito maior, mas naquela altura já era muito grande”.

“Depois de almoço – estava eu, o ministro Sócrates, o secretário de Estado Miranda Calha, o Carlos Cruz e o secretário-geral da federação, o comandante Sequeira -, quando fomos para o anfiteatro, havia uma grande expetativa de toda a gente, porque a candidatura portuguesa já tinha algum lastro, já se falava, nesse dia, nos corredores, na possível vitória da candidatura portuguesa”, explicou, recordando o dia da atribuição do Euro2004 a Portugal.

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