O diretor do Euro2004, António Laranjo, assumiu hoje, 10 anos depois, o seu orgulho na organização do torneio e que aceitaria novamente “de corpo e alma” o maior desafio desportivo que teve.
“É evidente que é um orgulho muito grande ter feito parte de uma vasta equipa que teve um conjunto de pessoas excecionais a trabalhar. Eu fui uma dessas pessoas, que trabalhou nesse grande evento. E, hoje, a esta distância, quando há poucos dias tivemos oportunidade de ver aqui a final da Liga dos Campeões, é, de facto, com muito orgulho que vemos o ‘nosso’ estádio, um produto nosso, a ser utilizado numa competição que mobilizou a cidade inteira”, afirmou António Laranjo, em entrevista à agência Lusa.
O agora administrador da REFER reconheceu que dirigir a organização do Campeonato da Europa de futebol em 2004 foi o seu “maior desafio” na área desportiva. Algo que aceitaria repetir, “de corpo e alma, claramente”.
A três dias de assinalarem os 10 anos do arranque do Euro2004, António Laranjo disse ter entendido, sempre, que a organização do campeonato era um risco, pelo que esteve consciente de que poderia haver falhas.
“Temi, claro que sim, acho que faz parte de gerir projetos com esta dimensão o risco e, naturalmente, estarmos conscientes de que as coisas podem falhar e, podendo falhar, há que encontrar planos de contingência. Há que saber antecipar a eventual falha e há que saber dimensionar o que é previsivelmente possível de adequar para uma qualquer falha. Ainda assim, o risco de correr mal está lá, é necessário, como as equipas que ganham com a estrelinha da sorte, ter alguma fortuna em tudo isso”, sublinhou.
No entanto, Laranjo garantiu que estes eram riscos controlados, pelo empenho colocado nos 10 estádios do Euro2004.
“Acompanhávamos dia-a-dia a evolução de cada um deles, conhecíamos o que era crítico em cada um deles, quer do ponto de vista da construção, quer da organização, e os nossos planos de contingência estavam montados para esses palcos do Euro2004”, frisou.
A confiança na capacidade organizativa foi constante, “desde a primeira hora”: “Eu acho que a equipa acreditou, desde o primeiro momento, que íamos fazer um grande Euro2004, acabámos por fazer o melhor Europeu”.
“Pontualmente sim, acho que há sempre aspetos (que podiam ser melhorados), mas são mera insignificância, porque aquilo que foi estruturado foi o adequado para tudo o que se passou. Não mudava nada de substancial em toda a organização, na metodologia que seguimos, nas capacidades que colocámos no terreno, que penso terem sido as adequadas para o sucesso que acabámos por ter”, rematou Laranjo.
Os 31 jogos Euro2004 foram disputados em 10 estádios, de oito cidades portuguesas, entre 12 de junho e 04 de julho, dia em que a Grécia conquistou a prova, ao vencer Portugal por 1-0, repetindo o triunfo por 2-1 do jogo de abertura.