O ex-presidente da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol), o paraguaio Nicolás Leoz, afirmou-se hoje à disposição da justiça, mas a do seu país, no âmbito do escândalo de corrupção na FIFA.
Nicolás Leoz é um dos nove dirigentes ou ex-dirigentes acusados por associação criminosa e corrupção pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que solicita a sua extradição.
Leoz, de 86 anos, dirigiu a Conmebol durante 26 anos, de 1987 a 2013.
Em causa estarão subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Além do ex-presidente da Conmebol, estão acusados dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas).
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
A FIFA suspendeu provisoriamente 12 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, Aaron Davidson e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.
A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.
Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.