O Benfica visita o rival FC Porto num momento em que seu futebol tarda em impor-se e em que existe grande indefinição para os lados da Luz, esta época com treinador novo, o ex-vimaranense Rui Vitória.
A temporada de 2014/15 fechou em maio com a equipa nos píncaros, com a conquista de um bicampeonato que não acontecia há 31 anos, mas junho trouxe grande turbulência, a começar com a saída intempestiva de Jorge Jesus.
O treinador que conquistou três campeonatos em seis épocas comprometeu-se com o arquirrival Sporting, o clube do seu coração, e à Luz chegou Rui Vitória, ex-técnico do Vitória de Guimarães, também ele um benfiquista confesso.
A incerteza quanto a um novo paradigma, nomeadamente a aposta na formação, tomou conta dos ‘encarnados’, que viriam a arrancar a época, depois de uma penosa e ‘quilométrica’ digressão pelo continente americano, a meio gás.
Logo no primeiro jogo oficial, já sem o goleador Lima, a troco dos milhões do Al Ahly, e o ‘símbolo’ Maxi Pereira, que fez por ‘esquecer’ oito épocas no clube para não renovar e seguir para o FC Porto, o Benfica fraquejou frente ao Sporting.
No troféu que abriu a época, a Supertaça, a equipa não mostrou argumentos, com um ‘11’ longe de estar definido e consolidado e com os ‘leões’ a vencerem por 1-0, depois de dominarem grande parte do jogo.
Não foi um bom auspício para a I Liga, na qual Rui Vitória defende que a equipa vai lutar pelo ‘tri’ – uma sequência que não acontece desde 1977 -, mas o Benfica, até à quarta jornada e com um jogo da Liga dos Campeões, oscila coisas boas, com momentos muito ‘cinzentos’.
Na memória recente estão as exibições sofríveis em parte do jogo com o Estoril-Praia (no qual acabaria por marcar quatro golos em 15 minutos - 4-0), a derrota em Aveiro com o Arouca (1-0) e o sofrimento em casa para vencer o Moreirense (3-2).
Na última jornada, os benfiquistas respiraram de alívio com uma aparente subida de nível frente ao Belenenses (goleado na Luz por 6-0), mas a estreia na Liga dos Campeões, com o Astana (2-0), só se salvou graças ao talento de Gaitán.
O extremo argentino, de quem se dá como certa a saída em todas as pré-épocas, faz parte do leque dos grandes jogadores, com um futebol criativo, capaz de encontrar soluções quando os outros não as têm.
Júlio César continua a ser a melhor solução na baliza, numa defesa formada por Eliseu, Luisão e Jardel e com o jovem Nelson Semedo na direita, como substituto do ‘ex-sub-capitão’ Maxi Pereira, atual titular nos ‘dragões’.
No meio-campo, a equipa conta com Samaris a ‘6’ (Fejsa tem lugar no banco) e Gaitán na esquerda, mas a grande indefinição está no médio mais avançado (Talisca ou Pizzi) e na ala direita (Gonçalo Guedes ou Victor Andrade), órfã do lesionado Salvio.
É um Benfica que mostra dificuldades na zona de construção, com incapacidade de pressionar bem e ser rápido nas soluções de saída de bola – Talisca é irregular, capaz do melhor e do pior, e Pizzi parece andar ‘desaparecido’.
Na ala direita do ataque, a ‘dor de cabeça’ vai manter-se por mais tempo, sem a irreverência do argentino Salvio, lesionado por mais alguns meses, e com Gonçalo Guedes e Victor Andrade ainda muito inexperientes.
Na frente, valem os golos de Jonas, o melhor marcador da equipa na última época, que continua letal (desde que a bola lhe chegue em condições), e o reforço Mitroglou, mais fixo e que já leva quatro golos (três na I Liga, um na ‘Champions’).
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