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Sporting-Benfica: Treinadores ao ‘despique’ num dérbi à parte

Jorge Jesus e Rui Vitória adicionaram esta época um ‘condimento’ extra à rivalidade futebolística entre Sporting e Benfica, protagonizando um ‘despique' que não se esgotou nos três dérbis e se estendeu aos discursos à imprensa.

Sporting-Benfica: Treinadores ao ‘despique’ num dérbi à parte

A mudança de Jesus, da Luz para Alvalade, no início da época, ‘acendeu' ainda mais a rivalidade centenária entre os dois clubes lisboetas, que abriram o calendário nacional com a disputa da Supertaça.

Em agosto do ano passado, a estreia oficial de Jorge Jesus pelo Sporting e de Rui Vitória pelo Benfica foi o mote para o primeiro de vários conflitos verbais entre os dois técnicos, com o timoneiro ‘leonino’ a dar o ‘pontapé de saída’, poucos dias antes do jogo no Algarve.

“As ideias que estão lá são todas minhas. O Benfica não mudou nada, zero. Vou jogar contra uma equipa com ideias minhas. Eu cheguei ao Sporting e mudei tudo. O cérebro já não está lá, o treino não vai ser o mesmo, mas tudo aquilo continua”, afirmou Jesus, em entrevista à RTP, comentando o que vira dos ‘encarnados’ na pré-temporada.

No campo, o Sporting venceu por 1-0 e, na ‘ressaca', Rui Vitória deixou o treinador do Sporting “a falar sozinho”, sendo que, uma semana depois, o técnico ‘encarnado' relançou o tema das alegadas ‘SMS' enviadas por Jorge Jesus a jogadores do Benfica, considerando que essa situação tinha sido “tudo menos jogos da mente (mind games)”.

Em setembro, Jorge Jesus concedeu uma entrevista ao jornal Record, na qual admitiu que as declarações proferidas antes da Supertaça tinham como objetivo “mexer” com o treinador adversário. Na resposta, Rui Vitória voltou a ser contido: “Estou no Benfica e a única preocupação que tenho é o Benfica, não quero despender energias em mais nada".

No mês seguinte, e na antecâmara do segundo dérbi da época, agora para o campeonato, foi Rui Vitória a lançar a polémica, dizendo que seria um jogo entre “uma equipa”, o Benfica, contra “11 jogadores, não sei se será uma equipa ou não”.

A verdade é que, no regresso à Luz, Jesus venceu por 3-0 e, no final, abordou o tema: “Era fácil pôr o Rui Vitória deste tamanhinho (juntando o indicador e o polegar), mas não ponho. Vou respeitá-lo”.

A troca de argumentos entre a Luz e Alvalade teria novo episódio cerca de um mês depois, por altura do jogo da Taça de Portugal, que levou Rui Vitória a manifestar os primeiros sinais de desconforto, queixando-se da arbitragem da partida que foi vencida pelos ‘leões' (2-1, após prolongamento).

“Ser bom não é ser bonzinho... Já são três vezes que o Benfica joga e é prejudicado em penáltis que são claros. Já chega. É a tática do barulho e eu não quero ser comido de ‘cebolada'. O Benfica merece respeito”, afirmou.

Jesus não concordou, obviamente, sublinhando que o adversário não podia “queixar-se do jogo da Supertaça, nem dos 3-0 na Luz” e que o terceiro triunfo ‘leonino' sobre o rival tinha sido “limpinho, limpinho", recuperando expressão usada enquanto treinador do Benfica.

A ‘guerra' de palavras prosseguiu e extremou-se em janeiro. No espaço de cinco dias, assistiu-se a um verdadeiro ‘pingue-pongue' entre os dois técnicos, quando Jesus defendeu o então treinador do FC Porto, Julen Lopetegui, e acusou a comunicação social de não fazer perguntas incómodas a quem, na altura, estava “muito mais atrás” na classificação.

No seguimento, o técnico ‘encarnado' deu literalmente um ‘murro na mesa', considerando que “havia dois treinadores obcecados pelo Benfica” e que ele próprio tinha “caráter” e não utilizava “truques”. No dia seguinte, o homólogo ‘leonino’ respondia de forma ‘corrosiva'.

“Como não o qualifico como treinador, logo não sou mau colega. Para ser treinador ele tem de ser muito mais. Fi-lo sair da toca”, disparou Jorge Jesus, antes do epílogo deste ‘dérbi' particular, que levou os dois treinadores a compararem currículos.

Rui Vitória disse que, com a sua idade, Jesus “andava a lutar pela subida de divisão”, enquanto o timoneiro ‘verde e branco' lembrava que “outros treinadores começaram no Vilafranquense, no Fanhões, no Alcochetense, mas ganhavam bola”, em alusão à passagem do adversário pelo clube de Vila Franca de Xira.

Desde então, e com a luta pelo primeiro lugar em aberto, os dois treinadores interromperam o ‘jogo falado' e não mais viraram ‘agulhas' para o lado contrário da Segunda Circular.

No que diz respeito aos 16 jogos disputados entre ambos nas quatro linhas, Jorge Jesus leva vantagem sobre Rui Vitória, somando 13 vitórias contra apenas duas do homólogo, uma numa final da Taça de Portugal, registando-se ainda um empate.

De resto, nos últimos sete encontros, Jesus só não venceu um, precisamente o que terminou numa igualdade (0-0), em Guimarães, no final da época passada, e que consagrou o Benfica como bicampeão nacional.

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