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Guimarães: Pimenta Machado vai negar acusações em tribunal

O ex-presidente do Vitória de Guimarães Pimenta Machado vai sustentar em Tribunal, onde começa a ser julgado dia 10, que não fez qualquer apropriação indevida de verbas, disse hoje à agência Lusa fonte conhecedora do processo.

Segundo a fonte, o ex-dirigente desportivo - que responde em julgamento na companhia do ex-presidente do Benfica Vale e Azevedo - vai justificar, perante o colectivo de juízes da Vara Mista do Tribunal de Guimarães, os depósitos bancários que fez, alegadamente em proveito pessoal, com os dinheiros por ele adiantados ao clube.

Na contestação prévia ao julgamento, o advogado José António Barreiros sustentou que, ''do ponto de vista financeiro, o Vitória Sport Clube foi largamente beneficiário de meios financeiros mobilizados pelo arguido em seu favor, pois que as receitas próprias do clube não eram suficientes para fazer face às suas despesas''.

A acusação entende que Pimenta Machado se terá apropriado de 26 mil euros (52.187 contos) da transferência dos dois atletas para o Sporting, o que este nega, embora admita desconhecer como é que as verbas foram contabilizadas no clube.

No caso da transferência de Fernando Meira, que remonta a 2000 e foi feita pela soma de 936.000 contos (cerca de 4,668 milhões de euros), o despacho de pronúncia indica que Pimenta Machado se apropriou de 450 mil euros (90 mil contos), através da ''off-shore'' Sportmedia, de que era proprietário.

Na fase de instrução, o ex-dirigente vitoriano referiu que tal verba visava ressarci-lo de um empréstimo confidencial que fizera, em nome próprio, junto do Banco Espírito Santo para adquirir os jogadores Preto, Evando e Ruben e pelos quais pagara 900 mil reais (514.659 euros).

''Tratou-se apenas de uma forma de justificar contabilisticamente o recebimento da verba em causa que lhe era devida'', afirma o seu advogado.

No caso da compra dos jogadores Alexandre e Riva, a acusação diz que Pimenta Machado empolou deliberadamente os respectivos custos, tendo ficado com 82 mil euros.

O presidente do Valeridoce disse à Polícia Judiciária (PJ) que os jogadores custaram 85.878 contos, mas a contabilidade do clube inscreveu como custo a verba de 102.293 contos.

Posteriormente, ouvido no Brasil, disse que não se recordava dos valores exactos.

Por seu turno, Vale e Azevedo - através do advogado Pedro Alhinho - nega ter tido qualquer proveito na compra de Fernando Meira e diz que não praticou qualquer crime de falsificação de documentos ao apresentar como fiadora no negócio a escritura e o aumento de capital da sociedade de que era co-proprietário, de nome HST.

O Tribunal de Guimarães inicia dia 10 de Maio o julgamento dos ex-presidentes do Vitória local e do Benfica, Pimenta Machado e Vale e Azevedo, respectivamente, por crimes de peculato e falsificação de documentos.

O ex-presidente do Vitória Sport Clube está acusado de quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos, enquanto o ex- dirigente do Benfica responde por um crime de peculato e dois de falsificação de documentos.

O despacho de pronúncia engloba a alegada apropriação indevida de verbas pela transferência dos jogadores Fernando Meira para o Benfica, Pedro Barbosa e Pedro Martins para o Sporting e a aquisição de dois futebolistas brasileiros, Alexandre e Riva.

No processo, a ligação entre Pimenta a Vale Azevedo prende-se com a transferência de Fernando Meira para o Benfica, na qual o ex- dirigente vitoriano é acusado de se ter apropriado de 450 mil euros da verba envolvida na transferência.

Na fase de instrução, Pimenta Machado confessou ter inventado a entrega a um empresário de uma comissão que não existiu, mas argumentando que o fez para ser ressarcido de vários empréstimos pessoais feitos anteriormente ao clube para contratar outros jogadores.

O pagamento foi feito a uma empresa ''off-shore'' sedeada na ilha de Niue, no Pacífico, que viria a descobrir-se ser sua propriedade.

Por seu turno, o ex-líder do Benfica é acusado de ter falsificado dois documentos que iriam servir de suporte à contratação de Meira.

Para o primeiro dia do julgamento, o juiz-presidente da 2ª Vara Mista solicitou a comparência de Pimenta Machado e Vale e Azevedo e das primeiras oito testemunhas arroladas pelo Ministério Público.

O julgamento tem mais seis sessões agendadas, para os dias 11, 14, 15, 16, 17 e 18 de Maio, durante todo o dia.

Se o julgamento terminar naquela data, a leitura do acórdão deve ser marcada para meados de Junho.

O julgamento teve início marcado em 2006, mas foi adiado por questões colocadas pelos advogados de defesa.

LUSA

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