Crónica: Paços Ferreira impõe nulo mais penalizador para o Rio Ave

A equipa da casa, que somou o quarto jogo consecutivo sem vencer, mostrou sempre mais ambição e oportunidades para marcar, mas não conseguiu disfarçar dificuldades na finalização, acabando, assim, por manter a 10.ª posição, com 29 pontos.

Já o Paços de Ferreira, que teve o seu treinador expulso ainda na primeira parte, por alegada conduta imprópria com o árbitro, revelou-se sempre muito encolhido e praticamente inoperante no ataque, conquistando um lisonjeiro ponto, que permite à equipa seguir no 14.º lugar, agora com 24 pontos

A iniciativa da partida pertenceu sempre à formação do Ave, que se revelou, desde início, mais ritmada nas movimentações ofensivas, embora sem disfarçar algumas dificuldades no último passe.

Tarantini, logo aos quatro minutos, tentou colmatar essa pecha, protagonizando um remate de longe, que o guardião pacenses, Rafael Defendi, susteve.

Os 'castores', por outro lado, adotavam uma postura mais expectante perante o domínio territorial dos vila-condenses, esboçando uma outra ou outra iniciativa, mas sem a coerência necessária para causar apuros na defesa da casa.

Assim, foi o Rio Ave a continuar 'por cima', mas, apesar do voluntarismo, não disfarçava falta de ligação entre o meio campo e os homens mais avançados, o que tornava inconsequente o seu futebol.

Nesta toada, as situações de golo junto às duas balizas foram escassas, e não fossem dois remate de Rúben Ribeiro, o mais inconformado no jogo, nada mais haveria a salientar no que toca a iniciativas de perigo.

As dificuldades do Paços de Ferreira viriam aumentar, já perto do intervalo, com expulsão do seu treinador, Vasco Seabra, por ter aplaudido de forma, alegadamente, irónica uma decisão do árbitro.

Foi já da bancada dos Arcos que o técnico dos pacenses assistiu a uma melhor reentrada do adversário no jogo, sublinhada com o lance mais perigoso até então.

Assistido por Gonçalo Paciência, Tarantini conseguiu isolar-se, mas, no frente a frente com o guardião contrário, rematou à figura, desperdiçando a oportunidade.

Do outro lado, o Paços de Ferreira voltava a não fazer melhor, mostrando-se sempre muito acometido às manobras defensivas e sem expor argumentos para que a equipa ganhasse tração à frente.

O Rio Ave, nesse capítulo, mostrava mais ambição, mas não a inspiração suficiente. O técnico Luís Castro ainda lançou Guedes e Heldon para reforçar o ataque, com o cabo-verdiano, aos 70 minutos, a servir Gil Dias para um remate que Defendi segurou.

Perante a falta de eficácia do Rio Ave, o Paços de Ferreira ainda conseguiu assustar, na parte final, num contra-ataque em superioridade numérica, aos 89, mas não aproveitando por Ivo Rodrigues, que, ao protagonizar a primeira situação de perigo da equipa, deslumbrou-se, e atirou ao lado.

Já nos descontos, e depois do recém-entrado Ronan, na equipa do Rio Ave, ter falhado um desvio para golo, uma picardia entre jogadores das duas equipas, acabou por dar uma expulsão para o pacense Bruno Santos, a última incidência antes da confirmação final do nulo.