Crónica: Solidez dá empate a Portugal frente ao campeão Canadá

No Estádio Algarve, a ‘equipa das quinas’ recuperou da goleada sofrida frente à Dinamarca (6-0), com um moralizador empate com o Canadá, que com este resultado se apurou para a final, na qual vai defrontar a Espanha.

Apostando na segurança da saída de bola e cometendo muito menos erros defensivos do que dois jogos anteriores, Portugal conseguiu conter o ataque do Canadá e conseguir mesmo, por vezes, ameaçar a baliza contrária.

Perante a quarta seleção do ‘ranking’ mundial – Portugal é 38.º -, destaque ainda para a excelente exibição da guarda-redes Patrícia Morais, com um punhado de boas defesas, em especial nos 20 minutos finais, período de maior assédio canadiano.

Em relação à partida com a Dinamarca (6-0), o selecionador português, Francisco Neto, fez cinco alterações no ‘onze’, com os regressos da guarda-redes Patrícia Morais e das defesas Matilde Fidalgo e Sílvia Rebelo, titulares frente à Rússia (0-1), e as entradas de Tatiana Pinto para o meio-campo e de Carolina Mendes para o ataque.

De fora ficaram a guarda-redes Neide Simões, as defesas Raquel Infante e Diana Gomes e as médios Amanda da Costa e Suzane Pires, que tinha sido titular nos dois primeiros encontros.

Com o Canadá a precisar de apenas um ponto para garantir o apuramento para a final e com Portugal a não querer cometer os mesmos erros defensivos dos primeiros jogos, as duas equipas entraram em campo a apostar na segurança, sem arriscarem demasiado.

Numa partida com o meio-campo muito povoada, os dois primeiros lances de perigo surgiram de iniciativas da lateral-direita canadiana Ashley Lawrence, ambas paradas de forma segura por Patrícia Morais, primeiro a fazer bem a mancha a um remate de Christine Sinclair (16 minutos) e depois a parar um cabeceamento Janine Beckie (21).

Portugal ia tentando libertar-se da teia do meio-campo canadiano e, aos 22 minutos, um bom contra-ataque só não levou mais perigo porque o passe de Carolina Mendes para Ana Leite saiu com pouca força e permitiu corte de uma defesa.

O melhor lance da primeira parte surgiu aos 41 minutos, num remate de muito longe de Carolina Mendes, ao qual Sabrina D’Angelo, uma das quatro alterações no ‘onze’ canadiano, se opôs com uma excelente defesa.

Na segunda parte, o Canadá entrou com as linhas um pouco mais altas e criou muitas dificuldades às transições lusas e, entre os 70 e os 74 minutos, criou três grandes oportunidades, mas teve sempre a oposição de Patrícia Morais.

A guarda-redes lusa começou a brilhar aos 70 minutos, ao desviar por cima da barra um cabeceamento de Kadeisha Buchanan, e, passados dois minutos, foi a vez de Christine Sinclair testar os reflexos de Patrícia Morais.

O momento de maior perigo surgiu aos 74 minutos, com Patrícia Morais a parar um remate de Deanne Rose, que estava isolada, com Sílvia Rebelo a evitar depois a recarga de Christine Sinclair.

Com três substituições a menos de 10 minutos do final, Francisco Neto conseguiu com que a seleção portuguesa equilibrasse o jogo e ameaçasse mesmo em lances de contra-ataque, como um, já nos descontos, em que Jéssica Silva pareceu ser derrubada por uma canadiana quando se dirigia para a área.