Crónica: Pelas luvas de Charles passou o caminho do Marítimo para a Europa

Os pacenses estiveram sempre mais perto da vitória, criaram várias oportunidades de golo, sobretudo na primeira parte, mas todos os seus intentos esbarraram no guarda-redes Charles, decisivo para um empate que premiou quem jogou sobretudo para não perder e penalizou a falta de eficácia dos locais.

Na antevisão ao encontro, Vasco Seabra disse que não havia espaço para poupanças no Paços, prometendo jogar com a melhor equipa, e, na realidade, os pacenses entraram determinados, conseguiram explorar a falta de rotinas na defesa contrária, especialmente entre o central Deyvison e o lateral Fábio China, e podiam ter marcado cedo.

Luiz Phellype, Ivo Rodrigues e Ricardo Valente dispuseram das mais flagrantes situações de golo, aos oito, 17 e 37 minutos, respetivamente, mas Charles levou sempre a melhor, com destaque para duas defesas em remates à 'queima-roupa'.

O guarda-redes brasileiro do Marítimo foi a melhor unidade de uma equipa compacta, hoje sem três elementos preponderantes (Raul Silva, Edgar Costa e Fransérgio cumpriram castigo), que se mostrou consciente da importância de não perder.

À semelhança de outros jogos, o Paços não conseguiu manter a agressividade ofensiva e, mesmo nunca perdendo o controlo do encontro, permitiu que o Marítimo começasse a ter bola no seu meio campo a partir da meia hora de jogo, sem que isso tivesse resultado em qualquer situação de apuro junto da baliza de Mário Felgueiras.

O guarda-redes do Paços teve uma tarde descansada, com exceção do minuto 81, quando chocou com Eber Bessa na área pacense, tendo ficado a sensação de ter existido um derrube para grande penalidade, mas Hugo Miguel assinalou falta ofensiva do médio maritimista.

Antes disso, quase no recomeço da segunda parte, aos 61 minutos, Ivo Rodrigues antecipou-se à marcação e enviou a bola ao poste, após centro de Miguel Vieira da esquerda, num dos últimos lances de perigo dos pacenses, num jogo em que o Marítimo apenas efetuou uma remate direcionado à baliza de Mário Felgueiras, por Jean Cleber, aos nove minutos.

Nos instantes finais, o Marítimo conseguiu fazer passar os minutos e garantir um empate muito festejado junto dos cerca de 50 ruidosos adeptos presentes no estádio.

Após este jogo, o Marítimo segurou o sexto lugar, que dá acesso à terceira pré-eliminatória da Liga Europa, com 50 pontos, mais um do que o Rio Ave, enquanto o Paços de Ferreira ocupa, para já, o 12.º lugar com 36 pontos, podendo ser ultrapassado pelo Estoril-Praia, com 35, que recebe no domingo o Arouca.