O presidente do comité organizador do Mundial de futebol de 2018, Alexei Sorikine, afirmou hoje que o boicote do governo britânico e da família real não terá impacto na competição.
"Cada adepto tem o poder de escolher se quer ou não vir ao campeonato do mundo. Isso não terá impacto sobre a qualidade do torneio. Nós mantemos a intenção de o organizar ao mais alto nível", disse Sorikine, à agência RIA Novosti, acrescentando: "É pena que nem toda a gente adira ao princípio de deixar o futebol fora da política".
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou hoje um boicote dos membros do governo e da família real ao campeonato do mundo de futebol de 2018, depois de ter responsabilizado a Rússia pelo envenenamento do ex-espião Serguei Skripal e da filha em solo britânico.
"Confirmo que nenhum ministro ou membro da família real vai estar presente no campeonato do mundo de futebol na Rússia, neste verão", afirmou Theresa May.
A primeira-ministra britânica fez esta declaração durante uma intervenção no parlamento em que anunciou a “suspensão de contactos bilaterais” com Moscovo e a expulsão de 23 diplomatas russos, aos quais foi dado o prazo de uma semana para deixarem o Reino Unido.
A Rússia nega qualquer responsabilidade no ataque que visou Serguei Skripal. O ex-espião duplo de origem russa, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes no dia 04 de março, num banco num centro comercial em Salisbury, no sul de Inglaterra.
Dias depois, o chefe da polícia antiterrorista britânica, Mark Rowley, revelou que ambos tinham sido vítimas de um ataque deliberado com um agente neurotóxico, um componente químico que ataca o sistema nervoso e que pode ser fatal.
Os dois têm permanecido hospitalizados, nos cuidados intensivos, em “estado crítico, mas estável”.
O Conselho Segurança da ONU reúne-se hoje de urgência para abordar este caso.