2018: Portugal fica 'curto' no Mundial, mas 'brilha' na Liga das Nações

Numa prova dominada por completo pela Europa, que monopolizou as meias-finais, para vencer por intermédio da França - que repetiu o título ‘caseiro’ de 1998 -, com a Croácia em segundo, a Bélgica em terceiro e a Inglaterra em quarto, os portugueses, detentores do título do ‘velho continente’, caíram no primeiro jogo a eliminar.

Depois de uma fase de grupos pouco convincente, com um 3-3 com a Espanha, um 1-0 a Marrocos e um 1-1 com o Irão, Portugal despediu-se da Rússia face ao Uruguai, ao perder por 2-1, por culpa de um ‘bis’ de Edinson Cavani.

A formação comandada por Fernando Santos reagiu na segunda metade do ano e conseguiu um lugar na ‘final four’ da Liga das Nações, juntamente com Suíça, Holanda e Inglaterra, após uma fase de grupos em que foi a única das 16 seleções da Liga A, a principal, que não perdeu. Organizará a fase decisiva em 2019.

Portugal conseguiu-o, face a Itália e Polónia, sem necessitar de Cristiano Ronaldo, que, envolvido em problemas extra futebol, ao ser acusado de violação, num caso que remonta a 2009, não participou em nenhum dos quatro jogos.

O capitão da formação das ‘quinas’ falhou também a revalidação dos títulos individuais de melhor jogador (Bola de Ouro, The Best e UEFA), todos perdidos para um ex-companheiro de equipa no Real Madrid, o médio croata Luka Modric.

Onze anos depois do brasileiro Kaká, Bola de Ouro e jogador do ano FIFA em 2007, Modric, também o melhor do Mundial, acabou com 10 anos do ‘monopólio’ imposto por Ronaldo e o argentino Lionel Messi, após final de época em cheio por Real Madrid e Croácia.

Mesmo sem prémios, Ronaldo, que afirmou ser merecedor de nova conquista, foi uma das figuras do ano, por ter ajudado o Real Madrid a chegar ao terceiro título europeu consecutivo, feito inédito na prova desde meados dos anos 70 do século passado, quando o Bayern Munique ganhou em 1973/74, 74/75 e 75/76.

O português foi o melhor marcador da ‘Champions’ pela sexta vez consecutiva, num trajeto marcado pelo ‘pontapé de bicicleta’ em Turim, frente à Juventus, equipa à qual se juntou no defeso, a troco de 100 milhões de euros. Aos 33 anos, já mostrou que continua com a veia goleadora intacta, acabando o ano entre os líderes dos marcadores do campeonato de Itália.

O ‘hat-trick’ à Espanha, pelo golo que o finalizou, um livre direto irrepreensível que selou o 3-3 final, foi o outro momento alto de 2018 para Ronaldo, numa estreia de sonho no Mundial. Ainda fez o 1-0 face a Marrocos, mas depois ‘desapareceu’.

O Mundial2018 acabou no mesmo dia para Ronaldo e Messi, que só conseguiu marcar à Nigéria, ‘engolido’ pela mediania da Argentina.

Os gauleses, que ‘tombaram’ Argentina, Uruguai e Bélgica antes do 4-2 final à Croácia, de Modric e Rakitic, foram justos campeões, com os comandados de Didier Deschamps, liderados por Mbappe, Griezmann e Pogba, mais Lloris, Kanté, Varane, Umtiti, Pavard, Matuidi e Lucas Hernández, a ‘vingarem’ a derrota sofrida em casa face a Portugal na final do Euro2016.

Destaque ainda para o domínio espanhol na Europa, já que ao título europeu do Real Madrid é preciso somar as vitórias do Atlético de Madrid na Liga Europa (3-0 na final ao Marselha) e Supertaça Europeia (4-2 aos ‘merengues’, após prolongamento).

As equipas de Madrid ‘mandaram’ na Europa, mas perderam em Espanha para o FC Barcelona, que, ‘empurrado’ pelo ‘Bota de Ouro’ Messi (34 golos), logrou a ‘dobradinha’, ao conquistar o sétimo campeonato em 10 anos e a Taça do Rei (5-0 ao Sevilha na final).

Quanto ao campeão mundial de clubes, ainda está por encontrar, com o Real Madrid como favorito, secundado pelo River Plate, que, a acabar o ano, bateu o rival Boca Juniors na primeira final 100% argentina, e muito conturbada, da Taça Libertadores, que começou em Buenos Aires e acabou, inusitadamente, em Madrid.