O FC Porto e o seu presidente, Pinto da Costa, foram hoje notificados das notas de culpa emitidas relativas aos processos disciplinares dos jogos com o Estrela Amadora e Beira-Mar, da época 2003/04 da Liga de futebol.
Num comunicado com apenas dois pontos e divulgado no site oficial, o clube explica que a ''FC Porto, Futebol, SAD e o presidente do seu Conselho de Administração foram notificados, esta segunda-feira, pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), das notas de culpa emitidas relativas aos processos disciplinares'' dos jogos em causa.
Os ''azuis-e-brancos'' esclarecem também que o processo relativo ao Conselho de Administração foi imediatamente entregue ao departamento jurídico da SAD, enquanto Pinto da Costa fez chegar a nota de culpa aos seus advogados.
Fonte da LPFP contactada pela Agência Lusa adiantou que Pinto da Costa e outros elementos da SAD foram já ouvidos pela Comissão Disciplinar e revelou também que a defesa terá de ser apresentada nos próximos cinco dias úteis.
A mesma fonte, à semelhança do que o presidente da LPFP, Hermínio Loureiro, tem defendido, salientou também que os processos relativos ao caso ''Apito Dourado'' estarão concluídos até final da época em curso.
O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto decidiu, a 25 de Março, que o presidente do FC Porto também vai a julgamento no âmbito do processo ''Apito Dourado'' relativo ao jogo Beira Mar-FC Porto, da época 2003/2004.
A pronúncia foi confirmada num despacho de 50 páginas da juíza Anabela Tenreiro, a que a Agência Lusa teve acesso.
O presidente do FC Porto vai a julgamento pronunciado pelo crime de corrupção activa desportiva.
Pronunciado pelo mesmo crime e no âmbito do mesmo processo está o co-arguido António Araújo (empresário).
O árbitro Augusto Duarte, outro dos co-arguidos, vai a julgamento pela alegada prática de um crime de corrupção desportiva passiva.
Este processo reporta-se ao encontro Beira Mar-FC Porto, da 31ª jornada da Superliga de 2003/2004, que foi realizado em 18 de Abril de 2004 e terminou com um empate sem golos.
Dois dias antes daquele jogo, o árbitro Augusto Duarte e António Araújo visitaram Pinto da Costa na sua casa na Madalena, Gaia.
O presidente portista terá dado então um envelope com dinheiro ao árbitro, acusa o Ministério Público (MP).
O montante em causa seria 2.500 euros, segundo afirmações de Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, repetidas já no TIC do Porto, num depoimento que a juíza de instrução acabou por valorizar.
O processo ''Apito Dourado'', que incluiu investigações a alegados casos de corrupção e tráfico de influências no futebol profissional português e na arbitragem, foi desencadeado a 20 de Abril de 2004 com a detenção para interrogatório de vários dirigentes e árbitros.