A poucos dias do sorteio da Ronda de Elite de qualificação para o Europeu feminino de sub-17, que se realiza a 29 de novembro, Vitória Almeida assume que estar presente na fase final da competição é um sonho. A atleta, natural da ilha de São Miguel, assinou pelo Sporting no início da época. Internacional portuguesa pelas camadas jovens da seleção das «quinas», Vitória admite que, num primeiro momento, custou-lhe a acreditar que tinha assinado por um dos maiores clubes de Portugal.
Com passagem pelas escolas de formação da ACF Pauleta, Vitória revela que no começo nem tudo foi fácil.
«Foi uma grande mudança, porque Lisboa é uma cidade muito maior do que Ponta Delgada. As distâncias são muito longas, mas já estou habituada. Não foi fácil afastar-me dos meus pais», confessou.
Em declarações ao Futebol 365, a atleta micaelense não esconde a emoção ao assinar pelos «leões», aproveitando para sublinhar a sua evolução como futebolista desde que aterrou em Alvalade.
«Quando assinei pelo Sporting, não estava a acreditar que era verdade. Pensei que fosse mentira. Foi um sentimento muito bonito. (...) Tenho evoluído imenso desde que cheguei, porque aqui aprendemos muito mais em termos técnicos e táticos. Não querendo desvalorizar os treinadores dos Açores, mas aqui é completamente diferente», admitiu.
Atualmente na liderança da Liga Feminina de sub-19, com os mesmos pontos do Benfica, a jogadora de apenas 15 anos de idade confessa que «seria um espetáculo» culminar a época de estreia nos «leões» com o título de campeã nacional.
Vitória conta com duas internacionalizações pela seleção de sub-15 e três ao serviço dos sub- 17. Presença assídua na fase de apuramento para a Ronda de Elite, que dá acesso ao Europeu feminino de sub-17, a micaelense foi a autora de um dos golos no triunfo diante da Israel (1-4), o segundo nas camadas jovens, uma vez que o primeiro surgiu quando representava os sub-15, frente à Polónia.
Desafiada a descrever qual a sensação de apontar um golo com a camisola das «quinas», a internacional lusa revela que não conseguiu conter as lágrimas no momento em que viu a bola entrar nas redes da seleção israelita no jogo inaugural pela equipa de sub-17.
«Não consigo descrever, foi algo muito bonito. Mas o sentimento dos sub-17 foi completamente diferente do golo que apontei nos sub-15. Eu comecei a chorar depois de marcar o golo, porque era um sonho representar Portugal nos sub-17. Marcar um golo no primeiro jogo que faço pelos sub-17 foi, sem dúvida, ótimo», recordou.
Vitória mostra-se determinada em alcançar os seus objetivos e faz questão de destacar que um dia quer vestir as cores da seleção principal. «Todas nós queremos um dia jogar pela seleção A, espero consegui-lo daqui a alguns anos.»
Com o sorteio da Ronda da Elite marcado para dia 29 de novembro, a jogadora do Sporting não esconde que o grande objetivo é estar presente na fase final da prova, que terá lugar na Suécia, entre 9 a 22 de maio de 2020.
A jovem quer «continuar a trabalhar para ser chamada para os estágios da seleção» e acredita que a equipa tem todas as condições para carimbar o acesso à prova. Importa recordar que, na última edição, realizada em 2019, na Bulgária, o conjunto luso atingiu as meias-finais, onde caiu aos pés da Alemanha (2-0). Apesar de não ter estado presente na edição anterior, Vitória partilha o balneário com várias jogadoras que defenderam as cores de Portugal em 2019.
«A nossa equipa tem muita qualidade. Mostramos isso o ano passado quando chegamos às meias-finais do Europeu sub-17 na Bulgária, com muitas jogadoras que ainda eram sub-16 e que agora são sub-17. Temos muitas armas fortes e há que aproveitar isso», assumiu.
Sabendo que o Europeu na Suécia pode dar acesso ao Mundial feminino de sub-17, que terá lugar na Índia, em 2020, quando questionada se este também é um objetivo, a açoriana foi perentória: «Sim claro, mas primeiro é o Europeu», concluiu.