O ministro são-tomense da Saúde, Edgar Neves, anunciou que, a partir de quarta-feira, todos os testes ao novo coronavírus serão feitos no laboratório financiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que entrou hoje em funcionamento.
O anúncio da entrada em funcionamento do laboratório para a realização dos testes ao novo coronavírus acontece no dia em que o Ministério da Saúde anunciou cinco novos casos de covid-19, elevando para 707 infeções acumulas no país.
"A partir de amanhã [quarta-feira] nós começaremos já a nos guiar por um novo algoritmo de intervenção para a realização dos testes sobre o novo coronavírus", disse Edgar Neves.
Nos últimos meses, o país tem recorrido aos laboratórios do Instituto Ricardo Jorge, em Portugal, e no Gana e na Guiné Equatorial para efetuar testes ao novo coronavírus.
O envido das amostras para o estrangeiro têm sido feitos com apoio financeiro da OMS.
"A instalação, no país, de um laboratório para testagem PCR tem sido um desafio para todos nós, Ministério da Saúde e os nossos parceiros, particularmente a OMS. Depois desta caminhada de mais de 140 dias, devo dizer que já temos o laboratório a funcionar", explicou Edgar Neves.
O governante reconheceu que o laboratório "não está a funcionar na sua plenitude", por isso "não vai poder fazer um maior número de testes possível", mas elogiou o "longo percurso de aprendizagem intensa" dos técnicos nacionais e enfermeiros, que permitem "fazer o teste com a qualidade exigida internacionalmente".
Edgar Neves garantiu que "no contexto do controlo e da evolução epidemiológica" da doença, as autoridades sanitárias vão "guiar-se no seguimento dos casos com testes rápidos, mas com a confirmação sempre dos testes PCR".
"Utilizaremos os testes rápidos no campo do rastreamento, e toda a confirmação será feita pelos testes laboratoriais", acrescentou o governante.
O Governo de São Tomé e Príncipe considerou que tão importante como o laboratório é o comportamento do dia-a-dia dos cidadãos.
"Por isso, queremos apelar, de forma muito veemente, para a necessidade do envolvimento muito sério, dos nossos cidadãos e dos estrangeiros que vivem no nosso país, para as suas atitudes com a pandemia", acrescentou o ministro da saúde.
Em África, há 8.334 mortos confirmados em mais de 315 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções e de mortos (2.001 casos e 32 mortos), seguida da Guiné-Bissau (1.556 casos e 19 mortos), Cabo Verde (984 casos e oito mortos), Moçambique (757 casos e cinco mortos), São Tomé e Príncipe (707 casos e 12 mortos) e Angola (186 infetados e 10 mortos).
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 1,1 milhões de casos e 51.271 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 472 mil mortos e infetou mais de 9,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.