Salários em atraso: Laurentino Dias defende papel mais activo dos clubes

“Tenho falado com o sindicato, com a Federação de futebol e com a Liga”, disse Laurentino Dias, reafirmando que não se pode pedir ao Governo que intervenha nas decisões relacionadas com as situações desportivas dos clubes.

''O Estado, naquilo que é a sua obrigação de cobrança pública de impostos, não pode, por exemplo, mandar baixar um clube de divisão”, afirmou Laurentino Dias, após ter intervido na Semana da Responsabilidade Social, que hoje começou em Lisboa.

O secretário de Estado defendeu ainda que “os clubes devem passar a ter um papel mais activo” na matéria, lembrando que “é para isso que aponta a última legislação aprovada”.

No entanto, Laurentino Dias considerou que os “clubes tem que se responsabilizar por cumprir as normas”, acrescentando: “Introduzir novas normas não chega, é preciso que sejam executadas”.

Laurentino Dias referiu que em todo o processo é mais fácil convencer a Liga, a Federação e o sindicato, do que os dirigentes dos clubes: “É difícil que o dirigente desportivo vote para si próprio decisões e condições que o perturbem”.

Por isso, considerou essencial “convencer os dirigentes dos clubes de que as decisões possíveis podem causar alguma perturbação no momento, mas são soluções para salvar os clubes a médio prazo”.

Sem querer “fazer futurologia”, o secretário de Estado manifestou o desejo de que a Assembleia-Geral da Liga, marcada para hoje, aprove as propostas de alterações regulamentares relacionadas com o incumprimento salarial.

“Desejo sinceramente que sejam aprovadas, com uma redacção que seja efectivamente vinculativa e que sejam efectivamente aplicadas”, afirmou.