O treinador do Benfica, Quique Flores, não quis hoje falar do seu futuro no clube, nem das notícias que dão Jorge Jesus como seu sucessor. O espanhol remeteu para o final da época um balanço do seu trabalho, mas deixou um desabafo sobre o que aconteceu nas últimas seis semanas. Algo que deixou jogadores e equipa técnica “em estado de choque”.
“O plantel está afectado, estamos todos, porque há quatro semanas falávamos do título. Entre a jornada 23 e 27 perdemos todas as possibilidades [de chegar ao título]. E perdemos quando melhor jogámos, quando mais ocasiões criámos. Aconteceu algo num momento inesperado, o que é difícil aceitar.”
Quique Flores admitiu mesmo que “jogadores, técnicos e adeptos” estão em “estado de choque” e usou uma metáfora automobilística: “É como ter um carro preparado e que pára a cinco metros da meta. Há seis semanas, tínhamos ilusão [de lutar pelo título]. Isto nunca me tinha acontecido como técnico.”
Para o jogo de amanhã com o Braga, em que o Benfica luta pela manutenção do terceiro lugar, Reyes é a principal novidade na lista de convocados, em que não estão Luisão e Aimar, ambos suspensos pela Liga.
Apesar de considerar este encontro “difícil”, Quique Flores considera obrigação do Benfica garantir o terceiro lugar no campeonato. “É um bom rival, um bom cenário e vamos tentar manter o terceiro lugar. Dependemos de nós e seremos desajeitados se não o mantivermos.”
Conforme prometido, Quique Flores não deixou de falar sobre a conquista do título nacional por parte do F.C. Porto. O treinador do Benfica reconhece que a equipa de Jesualdo Ferreira apresentou argumentos para vencer uma prova pautada pela regularidade.
«O campeão é sempre justo, porque são trinta partidas e obrigam sempre a uma regularidade. O F.C. Porto esteve bem e acho que os devemos facilitar por isso. O Benfica tem essa postura, tem de felicitar o campeão e perceber o que devemos fazer para chegar lá», enaltece Quique.