Jorge Jesus: «Boavista venceu com uma estratégia que não é a minha forma de pensar o futebol»

“Tivemos muita dificuldade em saber recuperar em termos posicionais. Cada vez que perdíamos a bola não havia velocidade para impedir algumas situações à entrada da nossa área, como aconteceu até ao terceiro golo.

Além disso, o Boavista fez 31 faltas e na primeira meia hora já tinha feito 20 e tal. Não nos deixou jogar. Aliás, a fala dos jogadores e da equipa técnica é ‘mata mata, não deixa jogar’ e o árbitro consentiu faltas constantes, sem carregá-los com cartões amarelos.

Não foi só esse facto, também tivemos culpa. Senti a equipa carregada, com falta de mobilidade, mais até quando perdíamos a bola. Devia ter mexido e colocado jogadores mais frescos face aos jogos da Liga Europa, embora queiramos estar em todas as frentes.

Perder por um, por dois ou por três não é a mesma coisa os golos, mas é a mesma pontualmente. Nunca chegámos ao intervalo a perder, foi a primeira vez. Ao intervalo tentei mexer do ponto de vista tático e psicológico, mas não fomos capazes de reagir.

Sabia que não íamos ficar invencíveis. O Boavista teve mérito, soube jogar com uma estratégia de contenção, não pelo seu posicionamento tático ou por me ter surpreendido com o 5-4-1, mas porque não nos deixou jogar. Também perdemos muitos passes.

Tenho de dar os parabéns ao Boavista porque ganhou, com uma estratégia de jogo que não é a minha forma de pensar o futebol. Hoje teve êxito, mas se calhar não vai tê-lo no futuro contra outras equipas que não são tão fortes”.