Os clubes representados na assembleia geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) rejeitaram hoje uma proposta do Sporting para que as gravações dos áudios das equipas de arbitragem, incluindo o VAR, pudessem ser disponibilizadas.
Os ‘leões’ propunham que essas comunicações pudessem ser entregues a qualquer uma das equipas intervenientes no jogo, após a sua realização, “independentemente da existência de processo disciplinar, por uma questão de proteção e transparência da função da arbitragem”.
No entanto, a proposta do Sporting 'esbarrou' num parecer negativo do Conselho de Arbitragem, que entende que a medida viola a lei do regime geral de proteção de dados e das indicações das instâncias internacionais do futebol, levando os restantes clubes a não aprovarem a alteração requerida.
“Era uma proposta que já vinha do ano passado e que voltou a ser discutida este ano. De acordo com um parecer que solicitámos ao Conselho de Arbitragem, foi entendido que a proposta, tal como estava, não estava em conformidade com a lei da proteção de dados e com as indicações IFAB e FIFA”, explicou Paulo Roseira, diretor jurídico da LPFP.
Entre os clubes que rejeitaram a proposta conta-se o Benfica, que, através de comunicado, esclareceu que é favorável, por questões de transparência, à publicitação dos áudios entre o VAR e as equipas de arbitragem”, mas aponta que a medida “tem de ser feita de uma forma legal e sustentável”.
“Não se pode fazer assentar um edifício tão fundamental para o futuro do futebol português em alicerces tão instáveis como estes, alterando uma norma em sede errada, correndo o risco de comprometer de início toda esta iniciativa e, bem assim, desconsiderando a experiência internacional nesta matéria”, disseram as 'águias' em comunicado.
No mesmo texto, o Benfica avançou que irá propor a realização urgente de um Conselho de Presidentes para pedir a interpelação da Federação Portuguesa de Futebol, enquanto entidade competente, para abordar esta problemática e esclarecer junto das instâncias internacionais qual o âmbito da divulgação possível de tais áudios.
Os ‘encarnados’ reiteram “a imperiosa necessidade de os áudios entre a equipa de arbitragem e o VAR serem, assim que possível, publicitados”, mas reforça que a medida tem de seguir “trâmites que permitam a aplicação efetiva dessa mudança num inestimável contributo em defesa da transparência e credibilidade do futebol português”.