I Liga 2022/23: Saídas importantes nos 'grandes' e maior transferência nacional

Os 20 milhões de euros (ME) que o FC Porto pagou ao Sporting de Braga pelo central de 23 anos são um novo máximo entre clubes lusos, enquanto os 75 milhões – que podem chegar a 100 – com que o Liverpool ‘compensou’ o Benfica por Darwin Núñez só não são um novo máximo numa ‘exportação’ por culpa dos 120 ME de João Félix.

O campeão FC Porto gastou, mas também viu entrar muitos milhões nos cofres, com as saídas Vitinha (41,5 ME para o Paris Saint-Germain) e Fábio Vieira (35 milhões de euros para o Arsenal), sendo que a que de Mbemna, para o Marselha, nada valeu, já que o jogador estava em fim de contrato.

As saídas não se ficaram por aqui, pois também Francisco Conceição, filho do técnico, deixou ‘dragões’, a troco de 5 ME, rumo aos neerlandeses do Ajax, enquanto o guarda-redes Marchesin, que perdeu a titularidade para Diogo Costa, assinou pelo Celta de Vigo, para ainda tentar chegar ao Mundial2022.

Para colmatar as saídas, o FC Porto, que na última época fez a ‘dobradinha’ e começou esta temporada a conquistar a Supertaça, protagonizou a maior transferência entre clubes nacionais, na contratação de David Carmo, e investiu também no jovem brasileiro Gabriel Veron, que alinhava no Palmeiras.

Para além destes reforços, o FC Porto acionou as opções de compra do defesa João Marcelo e dos médios Grujic e Stephen Eustáquio, que assim continuam no clube.

Já o Sporting, que terminou a I Liga 2021/22 em segundo, perdeu o influente internacional espanhol Sarabia, que regressou ao Paris Saint-Germain após empréstimo, enquanto o médio João Palhinha transferiu-se para os ingleses do Fulham por 20 ME.

Para além da saída destes dois elementos importantes no ‘esquema’ de Rúben Amorim, os ‘leões’ viram também o PSG confirmar a contratação em definitivo de Nuno Mendes (38 ME da transferência mais sete ME do empréstimo), enquanto Feddal acabou contrato.

Os ‘leões’ voltaram a olhar para o mercado interno e contrataram o japonês Morita ao Santa Clara e Rochinha ao Vitória de Guimarães, fazendo regressar a Portugal Francisco Trincão, com o internacional português a chegar emprestado do FC Barcelona, depois de também ter jogado por empréstimo no Wolverhampton.

O Sporting apostou também no central neerlandês Jeremiah St. Juste, no guarda-redes uruguaio Franco Israel e no jovem ganês Fatawu, acionando ainda a opção junto do Manchester City para ficar com o lateral Pedro Porro em definitivo.

O Benfica, terceiro colocado na última temporada, realizou a segunda maior transferência de sempre do futebol português, com os 75 ME pagos pelo Liverpool pelo uruguaio Darwin Núñez, uma verba que pode ainda aumentar até à centena.

Deixaram também os ‘encarnados’ o brasileiro Everton, que rumou ao Flamengo, em troca de 13,5 ME (tinha custado 20 ME), o suíço Seferovic, emprestado ao Galatasaray, e o internacional português Pizzi, que seguiu para o Al Wahda.

A equipa que este ano vai ser orientada pelo alemão Roger Schmidt também não esqueceu o mercado nacional e recrutou o avançado croata Petar Musa ao Boavista. O Benfica olhou depois para o exterior e contratou o extremo brasileiro David Neres ao Shakhtar e o médio argentino Enzo Fernández ao River Plate.

Para a defesa, chegaram o brasileiro João Victor (Corinthians), o dinamarquês Alexander Bah (Slavia Praga) e o sérvio Ristic (Montpellier).

Já o Sporting de Braga, que tem resistido ao interesse do Benfica em Ricardo Horta, tem como novo treinador Artur Jorge e contratou o avançado Banza, que esteve na última época emprestado pelo Lens ao Famalicão, apostando nos empréstimos de Sikou Niakaté, Victor Gomez e Diego Lainez, enquanto o Vitória de Guimarães avançou para jogadores que já evoluíam em Portugal, casos de Jota Silva, Villanueva e André Silva.

O Gil Vicente perdeu duas figuras importantes no trajeto que conduziu ao quinto lugar da última época, casos de Pedrinho e Samuel Lino, mas fez regressar a Portugal o médio Pedro Tiba e o guarda-redes Kritciuk.

Muitos clubes da I Liga recorreram aos excedentários dos ‘grandes’ e, por empréstimo ou em definitivo, reforçaram as suas equipas, registando-se também regressos ao futebol luso, como os casos de João Nunes (Casa Pia), Nélson Monte (Desportivo de Chaves), Sasso (Boavista) ou André Simões (Famalicão).