Crónica: 'Monólogo' argentino com Polónia mesmo com Messi a falhar penálti

Depois de uma entrada em falso (1-2 com a Arábia Saudita), os argentinos repetiram o resultado do jogo com os mexicanos (2-0), mesmo ‘traídos’ por Lionel Messi, que, aos 39 minutos, ainda com o marcador num ‘nulo’, falhou um penálti – ou Szczesny defendeu.

A equipa ‘albi-celeste’ veio, porém, em ‘socorro’ do seu ‘capitão’, que tantas vezes resolveu ‘sozinho’, e chegou ao triunfo com golos de Alexis Mac Allister, aos 46 minutos, e Julián Álvarez, aos 67, este último assistido por Enzo Fernández.

Antes dos golos, entre os golos ou depois dos golos, o jogo foi, aliás, um ‘monólogo’ dos argentinos, perante uma Polónia simplesmente inexistente e que só teve uma ocasião de golo, aos 50 minutos, por Glik, após um livre.

Mesmo assim, e face ao 2-1 do México à Arábia Saudita, a Polónia qualificou-se, o que não havia conseguido nas últimas três presenças (2002, 2006 e 2018), embora o ‘prémio’, pela ‘queda’ no segundo posto, seja um confronto nos ‘oitavos’ com a França.

Por seu lado, a Argentina, que nunca tinha falhado o apuramento para a fase a eliminar na ‘era’ Messi (desde 2006), ainda conseguiu resgatar o primeiro lugar do Grupo C, marcando encontro nos oitavos de final, já no sábado, com a Austrália.

Em relação à segunda jornada, a Argentina procedeu a quatro alterações, com o regresso de Molina e Romero e a aposta pela primeira vez em Enzo Fernández e Julián Álvarez, saindo Montiel, Lisandro Martínez, Guido Rodríguez e Lautaro Martínez, enquanto a Polónia limitou-se a trocar Milik por Swiderski.

Necessitada de vencer para não depender de outros, a formação sul-americana assumiu o comando do jogo desde início e começou desde cedo a somar remates, o primeiro de Otamendi (dois minutos) e os dois seguintes por Messi (sete e 10).

Acuña (17, 19 e 28 minutos), Álvarez (28 e 36), Di María (33) e Enzo (35) também ameaçaram, até que, aos 39, Messi teve a maior das ocasiões, um penálti, após ganhar no ar ao guarda-redes polaco e levar uma ‘chapada’: ao contrário do primeiro jogo, atirou em força e, como face aos sauditas, Szczesny defendeu.

Nos últimos minutos da primeira parte, a Argentina continuou a carregar em busca da vantagem, mas Acuña definiu mal (40 minutos), ninguém apareceu a um centro de Messi (41) e Szczesny parou um ‘tiro’ de Álvarez (43) e um remate fraco de Di María (44).

Depois de inúmeras tentativas desperdiçadas até ao intervalo, a formação ‘albi-celeste’ marcou logo na primeira que teve na segunda parte, aos 46 minutos: Di María colocou na direita em Molina e este centrou atrasado para o ‘tiro’ de primeira de Mac Allister, com a bola a bater no poste direito e entrar.

A Polónia, que veio para a segunda parte com Skoras e Kaminski, quase empatou pouco depois, aos 50 minutos, num cabeceamento de Glik, que saiu a rasar o poste direito, na sequência de um livre, para nunca mais aparecer perto da área argentina.

Os argentinos continuaram em busca do segundo golo, com Messi (53 minutos), Álvarez (56) e - já com Paredes e Tagliafico em campo - Mac Allister (61) a falharem, ao contrário de Álvarez, aos 67, com um grande remate ao ângulo superior esquerdo da baliza de Szczesny, que ainda tocou na bola, após passe de Enzo.

Até ao final, o ‘monólogo’ foi ainda mais intenso, com a Polónia a fiar-se no 0-2 e a Argentina a ficar várias vezes perto do terceiro, nomeadamente por Messi (71 minutos), Álvarez (73) e os suplentes Lautaro Martínez (86) e Tagliafico (90+3).

Mesmo que há muito tivessem tudo controlado, os argentinos respiraram de alívio com o último apito do árbitro, enquanto os polacos ainda tiveram que ficar a torcer para o México não marcar um terceiro golo aos sauditas. A festa acabou por ser a dobrar.