Crónica: Arouca bate Casa Pia e conquista o sexto lugar na I Liga

No segundo jogo da 22.ª jornada do principal escalão português, os golos apontados pelo ‘suplente’ Rafa Mújica, aos 82 e 90+03, deram os três pontos à equipa do Arouca, com o avançado espanhol, recém-regressado de lesão, a voltar a marcar no campeonato, algo que não acontecia desde 11 de setembro de 2022, na receção ao Boavista.

À semelhança do que foi o encontro que opôs as equipas na primeira volta, que terminou num empate sem golos, os minutos iniciais não foram férteis em oportunidades de perigo para nenhuma das equipas, com a formação arouquense a ter mais bola, mas a não conseguir furar a organização defensiva do Casa Pia.

Ao 30.º minuto de jogo, o bloco alto dos visitantes, numa tentativa de sair a jogar curto por parte da formação da Serra da Freita, originou um pontapé de canto para os ‘gansos’ e, na sequência do mesmo, Yuki Soma cruzou para a cabeça de Clayton, que apareceu sozinho no centro da área a cabecear forte para uma defesa extraordinária de Arruabarrena a dois tempos, na única situação de golo iminente até então.

Num lance em que o extremo Yuki Soma se encontrava fletido no corredor central, aos 40, o internacional nipónico descobriu, com um grande passe em profundidade, Romário Baró solto na direita, mas o jogador emprestado pelo FC Porto adiantou demasiado a bola na receção e o guarda-redes adversário, rápido a sair-se dos postes, conseguiu fechar totalmente o ângulo de remate.

Pouco antes do intervalo (43), uma bola perdida pelo Arouca a meio-campo levou à condução por Yuki Soma de um contra-ataque perigoso, correndo vários metros com bola e a isolando depois Clayton, que picou a bola com classe por cima de Arruabarrena, mas o ‘chapéu’ acabou por embater no poste da baliza dos visitados.

Na fase final da primeira parte, o Casa Pia parecia melhor no jogo, causando dificuldades com a pressão alta que conseguiu exercer, perante um Arouca com dificuldades a jogar curto e apoiado, mas, à entrada para os balneários, o ‘nulo’ justificava-se pela incapacidade de ambas as equipas em criar situações de finalização.

O segundo tempo mostrou uma equipa do Arouca com mais predisposição para subir as linhas no processo defensivo e conseguir instalar-se mais no meio-campo ofensivo, ao contrário do que havia acontecido nos primeiros 45 minutos e, dessa forma, o jogo ganhou nuances táticas diferentes.

Aos 72 minutos, Alan Ruiz, na conversão de um livre direto, rematou a meia altura, com a bola a rasar o poste da baliza de Ricardo Batista, naquela que foi a mais importante oportunidade para os arouquenses até ao momento.

Um desentendimento entre o arouquense Mateus Quaresma e o casapiano Beni Mukendi, aos 75, levou a que o segundo fosse expulso por acumulação de amarelos e a formação lisboeta viu-se assim em desvantagem numérica, um momento que acentuou o crescimento do Arouca na partida.

Com 82 minutos jogados, surgiu o tento sentenciador para a equipa da casa, num lance em que Morlaye Sylla esteve em evidência ao fintar dois adversários pelo corredor direito e a tirar as medidas para um cruzamento rasteiro que encontrou, sozinho, no coração da área, Rafa Mujica, que tinha entrado na segunda parte, para fazer o 1-0.

No período de compensação, o Casa Pia esteve próximo da igualdade por Yuki Soma que não conseguiu desviar um cruzamento muito perigoso e, no contra-ataque, o Arouca conseguiu chegar ao segundo golo (90+3), novamente por Rafa Mújica, numa jogada individual do ponta de lança que entrou na partida aos 64 minutos, que culminou com um remate colocado junto ao poste mais próximo da baliza adversária.

Com este resultado, o Arouca ultrapassa o Casa Pia na tabela classificativa, ocupando agora o sexto lugar, com 33 pontos, e os lisboetas estão agora em sétimo, com 32.