Crónica: Boavista descaracteriza Rio Ave e tem permanência a um ponto

No Estádio do Bessa, no Porto, os ‘axadrezados’ lograram o seu 10.º êxito na prova com golos do gambiano Yusupha (09 minutos), Bruno Lourenço (12) e Ricardo Mangas (35), com o luso-cabo-verdiano Hernâni (15) e o ganês Emmanuel Boateng (85) a reduzirem para os vila-condenses, que ainda viram o colombiano Leonardo Ruiz ser expulso (62).

O Boavista subiu provisoriamente à 10.ª posição, com 37 pontos, dois acima do Rio Ave, 12.º, e está quase a selar o principal objetivo da época, ao abordar as cinco rondas finais com 15 pontos sobre o Marítimo, que segue no 16.º e antepenúltimo lugar, de acesso ao play-off de manutenção, mas apresenta vantagem no confronto direto com as ‘panteras’.

Em relação ao empate em Vizela (1-1), Petit trocou Pedro Malheiro e Kenji Gorré, ambos lesionados, por Rodrigo Abascal e Ricardo Mangas, que sobressaiu ao nono minuto, ao receber o esférico de Gaius Makouta na esquerda e centrar para a emenda de Yusupha.

O Boavista transformava em golo a primeira oportunidade da partida e voltou a castigar a inércia do Rio Ave na transição defensiva três minutos depois, quando Mangas fletiu para o meio e descobriu novamente Yusupha, que serviu o disparo eficaz de Bruno Lourenço.

O desnorte vila-condense quase proporcionou mais um contratempo logo a seguir, com o avançado gambiano a falhar o tempo de remate perto da baliza de Jhonatan na terceira chegada ‘axadrezada’ à área contrária, mas seria diluído à passagem do quarto de hora.

Novidade nas escolhas iniciais de Luís Freire face à igualdade caseira com o Casa Pia (1-1), a par do regressado Josué, Hernâni surgiu ao segundo poste para corresponder nas alturas ao centro de Costinha na direita e estrear-se a marcar pela equipa da foz do Ave.

A reação visitante foi escassa para mudar o cariz do jogo, com os anfitriões a voltarem à carga através de Yusupha (27 minutos) e Ricardo Mangas (32), que viria a reforçar a sua exibição enérgica aos 35, ao concluir uma fuga de Salvador Agra sobre Josué na direita.

Mangas quase ‘bisou’ aos 38 minutos, ao atirar à figura de Jhonatan, num lance em que Yusupha intercetou a reposição da bola pelo guarda-redes do Rio Ave, com Agra a falhar o alvo por centímetros, aos 43, no final de uma inaugural etapa dominada pelo Boavista.

Os vila-condenses controlaram melhor o espaço em terrenos defensivos no regresso dos balneários, mas continuaram desinspirados com bola e apenas ameaçaram num ‘tiro’ por cima de João Graça, que chutou à meia-volta à saída de Rafael Bracali, aos 56 minutos.

Yusupha voltou a ‘faturar’ aos 61 minutos, desta feita em posição irregular, logo antes de Leonardo Ruiz, que até tinha feito parte da tripla substituição operada por Luís Freire ao intervalo, ser admoestado com cartão vermelho direto por entrada sobre Vincent Sasso.

O árbitro João Gonçalves manteve a decisão inicial após recurso ao videoárbitro (VAR) e deixou o Rio Ave em inferioridade numérica para a última meia hora, na qual o Boavista subitamente recuou e caiu de intensidade, permitindo ao opositor reentrar na discussão.

Se a formação de Petit insistiu num golpe aéreo do suplente Róbert Bozeník sustido por Jhonatan (71 minutos), os visitantes emergiram numa tentativa frontal de Fábio Ronaldo (76) e fizeram o 3-2 através de um ‘tiro’ frontal de longe do recém-entrado Boateng (85).

O conjunto de Luís Freire buscava anular uma derrota que parecia certa e o quarto jogo seguido sem vencer na I Liga e esteve prestes a igualar a contenda no quarto minuto de ‘descontos’, quando Bracali largou um centro de Sávio e Boateng atirou contra Abascal.