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I Liga: Vasco Seabra admite fosso atenuado com centralização

O fosso pontual entre os quatro primeiros classificados e os outros clubes da I Liga “tem vindo a alargar”, mas “poderá ser desvanecido” com a futura centralização dos direitos televisivos, considera o treinador Vasco Seabra.

I Liga: Vasco Seabra admite fosso atenuado com centralização

“As diferenças financeiras marcam muito o desnível do ‘top 4’ para os outros clubes. Não falo única e exclusivamente nas aquisições que podem fazer e nos salários que podem pagar, mas também numa qualidade muito grande de infraestruturas, que dá aos atletas, às equipas técnicas e às suas estruturas a capacidade de estarem mais preparados para aquilo que são as adversidades e a própria competição”, notou à agência Lusa o técnico, que já orientou Paços de Ferreira, Boavista, Moreirense e Marítimo no escalão principal.

A centralização dos direitos televisivos nas I e II Ligas vai ficar concluída até 2028/29, de acordo com o decreto-lei aprovado em fevereiro de 2021 em Conselho de Ministros, que impossibilita os clubes de comercializarem de forma individualizada os direitos dos seus jogos a partir daquela temporada, mas sem interferir nos efeitos dos contratos em vigor.

“Parece-me que não são os ‘grandes’ que perderão qualidade. Pelo contrário, tendo mais dinheiro, os restantes clubes podem criar melhores infraestruturas, evoluir a formação e fazer melhores contratações, de forma a conseguirem aproximar-se um pouco mais dos de cima e, ao mesmo tempo, tornar a I Liga mais competitiva. Quanto mais nivelada por cima for, mais os quatro primeiros poderão competir na Europa”, agregou Vasco Seabra.

O Benfica sagrou-se campeão nacional pela 38.ª vez e resgatou o título que fugia desde 2018/19, ao somar 87 pontos, dois acima do ‘vice’ e então detentor do troféu FC Porto, com o vencedor da 89.ª edição da prova a ser definido apenas na 34.ª e última jornada.

“Deve ser reconhecido uma coisa que não era fácil de acontecer: uma equipa estar a 10 pontos do primeiro classificado e não o largar, ou seja, manter de tal forma as contas em aberto que chegámos ao último duelo sem haver ainda campeão. O Benfica demonstrou maior consistência global ao longo do ano, mas houve bastante mérito do FC Porto e do Sporting de Braga por conseguirem aguentar e terem tornado esta prova tão competitiva até ao final, mesmo quando o líder vinha a fazer uma temporada consistente”, sinalizou.

As ‘águias’ e os ‘dragões’ asseguraram as duas vagas de acesso direto à fase de grupos da edição 2023/24 da Liga dos Campeões, enquanto os minhotos vão entrar na terceira pré-eliminatória, após terem culminado o pódio da I Liga, com 78 pontos, mais quatro do que o Sporting, quarto classificado, que se apurou para a fase principal da Liga Europa.

“Aos três habituais candidatos ao título, acrescentou-se o Sporting de Braga. Parece-me que isso é uma certeza e este ano teve a consolidação de uma equipa que se aproximou claramente dos de cima e se afastou dos restantes. Não foi propriamente uma surpresa, mas acaba por se intrometer ainda mais na luta pelo título, que é uma coisa que não tem sucedido tanto nos últimos anos, apesar de essa diferença vir a desvanecer-se”, insistiu.

O Arouca foi quinto colocado e igualou o recorde de 54 pontos estabelecido em 2015/16, rumando pela segunda vez às competições da UEFA, desta vez através da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa, na qual o Vitória de Guimarães, sexto, com 53, tornará a entrar pela segunda campanha seguida a partir da segunda ronda preliminar.

“Apontaria para o Desportivo de Chaves [sétimo] e o Arouca como as grandes surpresas. As propostas [de jogo] foram bastante positivas na grande maioria do tempo, atrativas e acabaram por traduzir também em pontos e em classificação a ideia de querer assumir, jogar e valorizar os seus ativos”, destacou Vasco Seabra, de 39 anos, que já cumpriu 91 jogos na I Liga, cinco dos quais pelo Marítimo nas cinco primeiras jornadas de 2022/23.

O Vitória de Guimarães vai participar pela 21.ª vez na sua história nas provas europeias, mas já não alcançava presenças consecutivas desde o século XX, quando jogou a então designada Taça UEFA e a extinta Taça das Taças entre 1986 e 1989 e de 1995 a 1999.

“É daquelas equipas que todos torcemos para que possa sempre estar a competir pelos primeiros lugares, porque marca muito, possui uma dimensão gigante de adeptos e uma cultura muito própria. É um clube apaixonante naquilo que é jogar em Guimarães como adversário e sentir uma cidade que respira realmente futebol. Acredito que o Vitória tem todas as condições para criar essa estabilidade. A verdade é que, perante todas estas dificuldades, o

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