Crónica: Estrela bate Marítimo nos penáltis e sobe à I Liga 14 anos depois

A disputa pelo último assento na edição 2023/24 da I Liga foi muito intensa até ao último pontapé, ficando a decisão destinada às grandes penalidades, que acabaram por sorrir ao Estrela da Amadora que regressa ao patamar mais alto do futebol português 14 anos depois, enquanto os insulares caem ‘para’ 1984/85.

O play-off decidiu-se nos penáltis depois de o Marítimo vencer por 2-1 - replicando o 2-1 caseiro do Estrela -, graças a um tento de Chuchu Ramírez, que forçou um inconclusivo prolongamento, aos 90+6 minutos. Na primeira parte, Xadas adiantou os locais, aos 18, mas Miguel Lopes empatou, aos 26.

O Marítimo apresentou-se em campo com apenas uma alteração em relação ao desaire na primeira mão, na Reboleira, com Val Soares a render João Afonso no meio do terreno, ao contrário do Estrela da Amadora, que manteve o mesmo ‘onze’, fazendo valer a máxima de que “em equipa que ganha não se mexe”.

O anfitrião, motivado pelo estádio com lotação esgotada, tendo adeptos sentados nas escadas, foi o primeiro a festejar, com o esquerdino Bruno Xadas, na sequência de um passe de Geny Catamo, a recorrer ao seu melhor pé, num remate do meio da rua, para fazer estremecer o ‘caldeirão’, aos 18 minutos, permitindo ao Marítimo colocar-se na frente do jogo e igualar a eliminatória.

A felicidade ‘verde rubra’ durou oito minutos, com a formação lisboeta a resgatar a vantagem no play-off, na sequência de um canto, onde num primeiro momento Régis Ndo acertou com estrondo na barra, para, na recarga, o capitão Miguel Lopes igualar o encontro, num empate que sabia a vitória.

Antes do intervalo, os ‘leões’ do Almirante Reis colocaram o esférico no fundo das redes da baliza defendida por Bruno Brígido, mas o lance que teve origem num contra-ataque rápido dos caseiros acabou anulado por posição irregular de André Vidigal.

Na etapa complementar, o Marítimo esteve muito próximo de voltar a igualar as contas, lançando-se na frente do marcador, quando a passe de Val Soares, Geny Catamo, que dominou de peito, acertou no poste, para, na segunda vaga, Félix Correia ver o esférico desviar na defesa contrária.

Como no caso de Zainadine, que saiu ao intervalo com queixas, José Gomes foi, novamente, obrigado a mexer na equipa por mazelas físicas, aos 76 minutos, para saída de Brayan Riascos que entrou no segundo tempo, tendo estado em campo 17 minutos. Cedeu o lugar a Edgar Costa.

O treinador Sérgio Vieira viu o vermelho direto à passagem do minuto 84 e após uma troca acesa de palavras com a equipa técnica maritimista teve de ser retirado da zona técnica.

O Marítimo tentou segurar-se à I Liga quando, num livre cobrado por Edgar Costa, aos 89 minutos, Chucho Ramírez saltou mais alto e cabeceou, obrigando Bruno Brígido a uma grande intervenção.

Quando já nada o fazia prever, os ‘verde rubros’ igualaram a eliminatória, lançando-se na frente do marcador do encontro, ao sexto minuto dos nove concedidos, com Claúdio Winck, o ‘salvador’ de outras rondas, a servir Chucho Ramírez, que, de cabeça, permitiu quer o Marítimo voltasse a discutir a permanência.

O encontro seguiu para prolongamento, sem que as duas equipas, que já demonstravam sérias dificuldades em manter o rendimento, conseguissem desatar o ‘nó' do equilíbrio na eliminatória, apesar de um maior pendor ofensivo dos locais, ficando a decisão para as grandes penalidades.

Nos penáltis, a luta seguiu acesa, mas os maritimistas falharam mais (três) do que acertaram (dois) e acabaram derrotados por 3-2, face a um Estrela que concretizou três e só desperdiçou um. Nem precisou do último, depois de Félix Correia atirar à barra.