"Espero que haja um aproveitamento da raiva que possa persistir para dar a volta à situação"

O ex-futebolista João Alves, que vestiu a camisola dos encarnados entre 1978 e 1983, destaca a importância do confronto de destaque da 11ª jornada do campeonato português, não apenas em termos de classificação, mas também de "amor próprio, honra e dignidade."

A eliminação precoce na Liga dos Campeões, depois da derrota na deslocação a solo espanhol, aos pés da Real Sociedad, deixou marcas nas águias, e João Alves espera que os pupilos de Roger Schmidt canalizem essa frustração para um desempenho positivo no dérbi lisboeta.

"Espero uma reação. Nesta fase, existe uma questão de amor próprio, honra e dignidade que está em causa. Para um clube como o Benfica, aquilo que aconteceu deixa marcas, que poderão ser aproveitadas negativa ou positivamente", começou por dizer o antigo jogador, em declarações à Lusa, citado pelo jornal 'Record'.

"Como é óbvio, espero que haja um aproveitamento em termos psicológicos da raiva que possa persistir e da vontade em dar a volta à situação. É o que me parece mais lógico"

O Benfica, atualmente em segundo lugar com 25 pontos, enfrenta um Sporting sólido, líder com 28 pontos. João Alves salienta que, para o Benfica, uma derrota poderia deixar a equipa numa situação delicada, aumentando a pressão sobre o treinador alemão, fortemente contestado nos últimos dias pela nação benfiquista.

"O Sporting tem sido a melhor equipa até agora, sem qualquer margem para dúvida. Os opositores também têm feito o possível para não deixarem dúvidas. Será um dérbi muito interessante para as duas equipas, mas, especialmente, para o Benfica: se perder, fica numa situação bastante fragilizada", acrescentou Alves.

No entanto, o ex-internacional português expressa confiança de que a equipa encarnada vai reagir de forma positiva no dérbi e corrigir as falhas recentes.

"A minha convicção é de que vai reagir bem à imagem deixada em Espanha e que as coisas serão corrigidas pelo treinador"

O recente jogo da Liga dos Campeões, onde o Benfica foi derrotado pela Real Sociedad, levanta questões táticas. O treinador optou por um sistema 3-4-3, uma mudança em relação ao habitual 4-2-3-1. João Alves critica a alteração tática, destacando a falta de equilíbrio da equipa.

"Razões da mudança tática? O treinador procurou melhorar o rendimento da equipa e os resultados, mas a questão é que, com aqueles jogadores que estavam nas faixas laterais, sobretudo Di María e Rafa, o Benfica foi uma equipa completamente desequilibrada neste último duelo. Não teve bola e esteve perdida em campo", rematou.