PSP alvo de duras críticas por parte da Liga: "Colocaram em causa a paz pública..."

Um "elevado número de baixas médicas" na esquadra da PSP de Famalicão levou à falta de agentes disponíveis para garantir a segurança do jogo, levando a Liga Portugal a repudiar veementemente a situação.

Inicialmente programado para as 18:00, o jogo não se realizou devido à falta de efetivos da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Famalicão, o que se traduziu num constrangimento inédito para a organização da Liga Portugal.

O Estádio Municipal de Famalicão, palco do embate, viu-se envolto em tumultos quando os adeptos, já aglomerados nas imediações do recinto, foram confrontados com a notícia do adiamento.

A Liga Portugal emitiu um comunicado expressando o seu repúdio pelos incidentes que ocorreram nas imediações do estádio, enquanto os adeptos aguardavam pela abertura das portas para aceder ao recinto.

"A Liga Portugal repudia os incidentes ocorridos hoje no exterior do Estádio Municipal de Famalicão, enquanto os adeptos de FC Famalicão e Sporting CP aguardavam pela abertura de portas para acederem ao interior do recinto, atrasada pelo facto de os agentes destacados para o policiamento do jogo, não terem comparecido no estádio", começa por escrever o organismo.

O documento critica a ausência dos agentes da PSP, alegadamente em protesto, colocando em causa a segurança e a integridade física dos milhares de adeptos presentes.

"A Liga Portugal informa que, na reunião de preparação que organiza na semana que antecede todos os jogos das suas competições, foram garantidas, por parte das autoridades, todas as condições de segurança para a realização da partida", revelou a Liga.

"A Liga Portugal sido surpreendida, em cima da hora do encontro, com a informação de que os agentes destacados para o FC Famalicão- Sporting CP teriam, como forma de protesto, alegado baixa médica para não marcarem presença no local", pode ler-se no comunicado.

"Colocaram em causa a paz pública e a integridade física dos milhares de adeptos que aguardavam a entrada no recinto, bem como um total desrespeito por todos aqueles que, alguns percorrendo centenas de quilómetros, se deslocaram ao recinto desportivo"

A inesperada falta de policiamento desencadeou uma série de acontecimentos, resultando na necessidade de recrutar agentes de outros Comandos para assegurar o policiamento necessário para o jogo.

A Liga Portugal, num tom assertivo, exigiu ao Governo, em particular ao ministro da Administração Interna, a instauração urgente de um processo de inquérito para apurar responsabilidades nesta situação que afetou diretamente a realização do evento desportivo.

"A Liga Portugal exige ao Governo, em especial ao ministro da Administração Interna, a instauração de um processo de inquérito com caráter de urgência, de forma a apurar responsabilidades pelo sucedido, em defesa dos adeptos e das famílias", apelou o organismo.

A situação inusitada levanta questões sobre a preparação e a logística envolvidas na organização de eventos desportivos, especialmente quando fatores externos como protestos laborais afetam a presença das forças de segurança nos locais dos jogos.