"Se o jogo próximo for da UEFA não vai falar para a UEFA? Isso é que eu gostava de ver"

"Tenho pena que um clube como o Benfica esteja a escolher este caminho", observa antigo jogador português.

Apesar do resultado positivo diante do conjunto Alvinegro, a equipa encarnada não escapou às críticas, especialmente a Roger Schmidt, técnico do Benfica, e à estratégia de comunicação do clube.

A partida contra o Portimonense foi marcada pela ausência de uma referência ofensiva tradicional na equipa do Benfica, com Schmidt a optar por um sistema tático que prescindia de um avançado fixo.

No entanto, esta abordagem não impediu os encarnados de dominarem o jogo, com destaque para a brilhante performance de Rafa Silva, que marcou dois golos e foi nomeado o Homem do Jogo.

Apesar do desempenho convincente dentro das quatro linhas, as atenções viram-se para as críticas dirigidas a Roger Schmidt e à comunicação do clube da Luz.

A ausência do treinador alemão na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Portimonense gerou controvérsia, com alguns comentadores a expressarem descontentamento com a falta de comunicação regular por parte do técnico e do departamento de comunicação do Benfica.

"Eu estava convencido que as conferências de imprensa eram feitas sentadas"

Pedro Henriques, antigo jogador português e comentador desportivo, foi um dos que criticaram a abordagem do clube lisboeta nesta área.

Em declarações à Sport TV, reproduzidas pelo jornal 'Bancada.pt', Henriques lamentou a ausência de Schmidt na conferência de imprensa e destacou a importância da comunicação eficaz por parte dos treinadores, especialmente em equipas de elite como o Benfica.

"Em vez de darmos passos para a frente, são passos para trás. Eu estava convencido que as conferências de imprensa eram feitas sentadas. Os jogadores têm 72 horas e têm de recuperar. Se os treinadores tiverem de falar a correr, ok. Viagem e estão cansados", começou por dizer o ex-jogador.

"Se os treinadores das equipas grandes não têm condições para falar de três em três dias, ou de dois em dois dias, porque as equipas são da elite do futebol mundial, se não têm essas condições, está tudo errado", observou Henriques.

O antigo jogador mencionou que não observa essa prática noutras ligas, citando o exemplo da Premier League, expressando a sua preocupação com a imagem que esta falta de comunicação está a criar para o Benfica.

"Eu não vejo isso acontecer em Inglaterra. 'Não, não, eu falei há dois dias e não posso falar'. O Benfica está a fazer ao contrário. Isto não incomoda nada os adversários nem os jornalistas", destacou o agora comentador desportivo.

Henriques acredita que a comunicação "revoltada" pode afetar negativamente os adeptos e sócios do clube, sublinhando a necessidade de sensibilidade e bom senso para melhorar a relação entre a equipa e os seus apoiantes.

"Mas parece uma comunicação revoltada. Não sei se passam isso ao treinador ou se é o treinador que é assim", acrescentou Pedro Henriques.

"Falta sensibilidade e bom senso de alguém tentar ajudar a uma melhor comunicação para os adeptos do Benfica. Não é para os jornalistas", frisou o comentador.

"Tenho pena que um clube como o Benfica esteja a escolher este caminho porque não vai ajudar nada o Benfica. Isto não vai trazer os adeptos para o lado da equipa", acrescentou.

Pedro Henriques também questionou a estratégia do Benfica em não comunicar antes de jogos de forma consecutiva, sugerindo que esta prática poderá afetar a perceção do clube encarnado em relação a outras competições, como os jogos da UEFA.

"Quando há jogos próximos o treinador do Benfica não fala. Então, se o jogo próximo for da UEFA não vai falar para a UEFA? Isso é que eu gostava de ver porque para a UEFA vai falar certamente", rematou o antigo jogador português.