Desde a sua chegada ao Benfica, em julho de 2022, Roger Schmidt, treinador alemão conhecido pelo seu estilo de jogo ofensivo e vibrante, tem enfrentado uma série de desafios que vão além das quatro linhas.
"Acho que Schmidt está a ser influenciado de forma negativa", observa antigo jogador do Benfica.
A jornada de Schmidt na Luz tem sido marcada atualmente por momentos de exaltação e frustração, levando a uma crescente contestação por parte dos adeptos benfiquistas, muito por culpa das suas opções táticas e do futebol pouco atrativo da equipa, e ainda a uma reflexão sobre a sua comunicação.
Roger Schmidt, de 56 anos, assumiu o comando técnico do Benfica com a promessa de uma nova era de futebol empolgante e de conquistas.
No entanto, apesar de um início promissor e de se sagrar campeã nacional na temporada transata, a equipa não conseguiu atingir alguns dos objetivos definidos para a presente época, como a presença nos oitavos de final da Liga dos Campeões e a conquista da Taça da Liga.
Adicionalmente, a pressão aumenta no seio do universo benfiquista com a possibilidade das águias caírem para a vice-liderança do campeonato português, caso o Sporting vença o jogo em atraso contra o Famalicão.
Uma das principais críticas dirigidas a Schmidt tem sido a sua comunicação, que, por vezes, é percecionada como negativa e arrogante.
A ausência do técnico alemão numa recente conferência de imprensa de antevisão a um jogo do campeonato gerou especulações sobre a estratégia do 'Benfica em proteger o seu treinador'.
Depois do técnico falhar a conferência, alguns observadores sugeriram que Schmidt precisa de aprender a lidar melhor com os jornalistas e a transmitir uma mensagem mais positiva e construtiva para os adeptos.
Neste sentido, Pedro Henriques, antigo jogador do Benfica, argumentou que o técnico precisa de relaxar mais e focar-se nos resultados positivos, em vez de se preocupar demasiado com as críticas dos adeptos.
"Eu acho que ele está a ser influenciado de forma negativa, ele está com um discurso demasiado negativo, ele tem que relaxar, pelo menos quando ganha e não se preocupar muito com a história dos adeptos", começou por dizer, na SportTV, citado pelo jornal 'Bancada.pt'.
"Os adeptos são adeptos e os adeptos viram uma coisa na época passada que foi ele que fez. E este ano não estão a ver a mesma coisa e gostavam mais da outra. Não tem mal nenhum", observou o agora comentador.
Henriques expressou ainda preocupação com a postura de Schmidt e apelou a uma mudança na abordagem do treinador alemão. No entanto, o antigo jogador frisa que o Benfica não deve ter ninguém que ajude Schmidt a mudar de rumo.
"Benfica não deve ter ninguém que consiga fazer passar isso ao treinador, que este caminho que ele está a escolher não vai ajudar", acrescentou Pedro Henriques.
"Quem está a preparar o treinador para responder a isto está a fazer o efeito contrário. Na sala de imprensa não podes ir com tensão, tens de ter alguém que te ajude a ver as coisas de uma forma clara", observou o ex-jogador.
Além da questão da comunicação, Pedro Henriques também questionou algumas opções táticas de Schmidt, como as substituições tardias nos jogos, sugerindo que o treinador precisa de ser mais flexível e adaptável nas suas decisões.
"Estares a meter jogadores aos 87 minutos. Para quê? Não faz muito sentido. Ele não é obrigado a fazer diferente mas era interessante alguém conseguir comunicar com o treinador e dizer-lhe assim: ’tem razão, mas, se calhar, se olhar por este prisma, o que é que acha?’", rematou.